A cesta básica ficou mais cara em 15 das 17 capitais do Brasil que são alvo da Pesquisa Nacional de Cesta Básica desenvolvida pelo Departamento Intersindical de Estatísticas e Estudos Socioeconômicos (Dieese). Em sete dessas capitais, o aumento no mês de janeiro, em relação a dezembro, foi superior a 3%.
Brasília registrou a maior alta, 4,72%. O aumento em João Pessoa foi de 3,90%; em Florianópolis, 3,51%; no Rio de Janeiro, 3,35%; em Recife, 3,32%; em Curitiba, 3,17%; e em Aracaju 3,11%. Já em Porto Alegre e Vitória, o índice caiu (0,81% e 1,54%, respectivamente).
No acumulado dos últimos 12 meses, apenas a cidade de Natal registrou redução nos preços dos produtos de primeira necessidade (-4,86%). Entre as demais capitais, os maiores aumentos nesse período ocorreram em Florianópolis (10,16%), Belo Horizonte (9,81%) e São Paulo (9,30%). Em nenhuma das capitais a alta anual foi superior ao reajuste aplicado ao salário mínimo, de 14,13%.
No primeiro mês do ano, o maior valor total da cesta básica foi encontrado na capital paulista, onde foi necessário desembolsar R$ 285,54. Em seguida, aparecem Porto Alegre, com custo de R$ 274,63; Rio de Janeiro, R$ 271,71; Florianópolis, R$ 271,64 e Vitória, R$ 271,16. Os menores preços foram registrados em Aracaju (R$ 187,88), João Pessoa (R$ 212,18) e Natal (R$ 213,63).
Salário mínimo
Segundo os cálculos do Dieese, considerando os valores encontrados para suprir as necessidades básicas em janeiro, o trabalhador deveria ter recebido um salário mínimo de R$ 2.398,82, ou seja, 3,86 vezes superior ao mínimo em vigor (R$ 622). Em dezembro, o valor estimado para compor a cesta básica ficou em R$ 2.329,35, o equivalente a 4,27 vezes o mínimo então vigente, de R$ 545. Em janeiro de 2011, quando o menor salário pago no país era R$ 540, o mínimo necessário para pagar o básico de uma família foi estimado em R$ 2.194,76.
Produtos
Entre os alimentos pesquisados, a carne registrou, em janeiro, alta nos preços em relação a dezembro em nove localidades e queda em oito. O preço do tomate, que é sujeito às oscilações por ser uma cultura sensível às alterações climáticas, subiu em 14 localidades. O café apresentou alta em 13 capitais e o arroz em 11. Dez cidades registraram alta no preço do pão. O açúcar destacou-se como o produto que apresentou predomínio de retração nos preços, comportamento apurado em 13 capitais.
Segundo o Dieese, os preços dos itens essenciais tiveram alta bastante generalizada em janeiro, devido à ocorrência de chuvas intensas em boa parte do país, particularmente no Sudeste. Além de ter afetado a produção, as chuvas destruíram trechos de estradas e pontes, dificultando o escoamento dos produtos, o que impactou nos preços. Outro fator que influenciou os preços foi o período de seca prolongada pelo qual passou a Região Sul, com a consequente quebra na produção de grãos.