CF 2019

Políticas públicas são o tema da Campanha da Fraternidade deste ano

Objetivo da campanha é estimular a participação dos cristãos em políticas públicas, à luz da Palavra de Deus e da Doutrina Social da Igreja

Thiago Coutinho,
Da redação

Cartaz da Campanha da Fraternidade 2019, cujo objetivo é estimular a participação dos cristãos e leigos na formulação de políticas públicas / Foto: CNBB

A Conferência Nacional dos Bispos do Brasil lançou nesta quarta-feira, 6, a Campanha da Fraternidade 2019, que tem com o tema “Fraternidade e Políticas Públicas” e o lema: “Serás libertado pelo direito e pela justiça”. (Is 1,27). O objetivo é estimular a participação dos cristãos em políticas públicas, à luz da Palavra de Deus e da Doutrina Social da Igreja para fortalecer a cidadania e o bem comum. 

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“Definimos políticas públicas como todas as ações do Estado que viabiliza direitos previstos na Constituição e nas leis em favor da população”, explica o padre Paulo Renato Campos, assessor político da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB). “Se na Constituição está prescrito que a população brasileira tem direito à educação, por ação do Estado, que faz com que este direito se torne realidade, essas são políticas públicas na área da educação”, detalhou o religioso.

O que esta campanha tenta despertar, de acordo com o padre Paulo Renato, é estimular a participação dos cidadãos com relação a seus direitos e deveres perante as políticas públicas. “Não permitir que essas políticas sejam feitas de forma descendente, ou seja, de cima para baixo, de forma que possamos construir juntos por meio de conselhos paritários, fóruns de discussões e de participação na sociedade”, afirmou.

Dentro desta perspectiva, o padre ressalta a contribuição dos valores cristãos. “A sociedade é plural, não podemos querer que todos pensem como nós”, pondera. “Contudo, se todas as pessoas são ouvidas, também queremos ser ouvidos. A bagagem que trazemos do Evangelho, da tradição da Igreja, tudo isto deve pesar na hora de se realizar políticas públicas. Por isso devemos ser cristãos conscientes”, acrescenta.

O trabalho leigo

Questionado se o trabalho do leigo é também importante no que se refere às políticas públicas, padre Paulo Renato é categórico: todas as pessoas têm condições e devem participar no processo de políticas públicas. “E é este o objetivo da Campanha da Fraternidade: estimular esta participação. (…) Nós, enquanto cristãos, temos obrigação de dar nossa opinião pautada no Evangelho”, assevera.

Padre Paulo Renato destaca o quão essencial é a participação leiga nesta campanha. “É este o papel dos leigos, serem sal e luz, serem fermento na sociedade. É fundamental que o laicato do Brasil receba esta campanha como uma extensão do Ano do Laicato, uma maneira de participarem ativamente da vida da sociedade”, finaliza.

Sobre a Campanha da Fraternidade

Esta é uma iniciativa da Igreja no Brasil realizada anualmente no período da Quaresma. A iniciativa surgiu em 1961 e foi realizada pela primeira vez  na cidade de Natal, no Rio Grande do Norte, em 1962. 

Desde 1964 até os dias de hoje, vários já foram os temas abordados, tendo como objetivo despertar os cristãos e a sociedade em geral para problemas que atingem a sociedade brasileira, bem como buscar caminhos e soluções para solucioná-los. 

A última edição da Campanha, em 2018, teve como tema “Fraternidade e superação da violência” e o lema “Vós sois todos irmãos”. 

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