Responsabilidade e uma grande alegria. É com essas palavras que o pianista Alvaro Siviero descreve a experiência de ser o único brasileiro convidado pelo Vaticano para participar do Encontro entre o Papa Bento XVI e os artistas. “Vou estar dividindo esse momento único de debate sobre a arte contemporânea e o papel dos artistas na vida da sociedade”, explica.
Essa não será a primeira vez que Alvaro terá contato com o Papa. Em 2007, quando Bento XVI fez sua viagem apóstolica ao Brasil, o pianista teve a oportunidade de se encontrar com o Sumo Pontifíce em seis ocasiões.
“A humildade, indiscutivelmente, é sua característica mais marcante, de onde provém esse poder de cativar os outros. As pessoas iam a Roma para ver João Paulo II e, hoje, vão a Roma para ouvir Bento XVI. Ele é um homem de uma 'peça só', que não busca ter personalidade dual para agradar a todos”, sublinha o pianista.
A programação do encontro acontece nesta sexta-feira, 20, e sábado, 21. Como seus predecessores, Bento XVI também é um grande incentivador do diálogo entre a Igreja e o mundo das artes.
“Os artistas têm desempenhado um papel decisivo na transmissão da mensagem do Evangelho, através da linguagem das formas e figuras, e permitem que os homens entrem em contato com o mundo invisível, o mundo da transcendência, o mundo de Deus”, explica o secretário do Pontifício Conselho para a Cultura, padre Bernard Ardura.
“O dom é um presente”
Alvaro é membro do Opus Dei e destaca que a relação entre criação artística e experiência religiosa é indiscutível. “A espiritualidade ajuda a dar uma visão mais correta sobre o que é o verdadeiro artista: enriquecimento pleno, contínuo e constante. O relato da criação nos conta que, quando o Onipotente viu toda sua obra, a considerou muito boa. O relato não diz que o Criador, olhando para si, afirmou que Ele próprio era muito bom”, relata.
Exatamente esse desfoque seria um dos riscos para a missão e papel do artista: “O artista não pode esquecer que, no ato da criação, se enriquece como pessoa, até mesmo porque o dom é um dom, é um presente, uma coisa que não nos pertence, somos apenas portadores”.
O verdadeiro artista deveria ter essa consciência muito clara de que seu dom “é um serviço ao encantamento a favor do homem”. “A beleza absoluta total não está no artista. O bom artista é como uma vidraça – quanto mais limpo, quanto menos é visto, mais luz passa. O verdadeiro artista não busca popularidade fácil, o exibicionista sim”, ressalta o pianista.
“Esse encontro será um momento de reflexão. O artista deve ter consciência de que deve ser como um envelope que leva uma carta. O conteúdo é a carta, é o conteúdo que interessa. O envelope a gente amassa e joga fora. A admiração, por definição, sempre recai sobre a obra, não sobre o artista em si – ele deve ser apenas um instrumento para o encantamento das pessoas”, finaliza.
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