Perdão

Pai relata superação um ano após morte das filhas em Cunha

O assassinato das irmãs Josely Oliveira, 16, e Juliana Oliveira, 15, na cidade de Cunha (SP) completa um ano nesta sexta-feira, 23. O pai das meninas, José Benedito de Oliveira, mais conhecido como Zé Bento, comoveu o país ao perdoar o homem que matou suas duas filhas.

Veja, abaixo, trechos da recente entrevista que ele concedeu ao chefe de redação do Jornalismo Canção Nova, Rodrigo Luiz

A dor persiste e é forte, mas José Benedito de Oliveira tem superado o sofrimento, graças à experiência vivida com Deus, em um retiro conduzido por padre Jonas Abib. “Foi no Colégio La Salle, em Aparecida, em 1980. Depois disso, passei a ajudar nos encontros”, contou.

“Eu perdoei a pessoa, mas a ação dele só depende de Deus. Não posso ultrapassar esse limite. Isso cabe a Deus. A imprensa comentou e repercutiu, disse que eu estava extasiado. Não importa o que o mundo fala. Estou sempre disposto a testemunhar Deus, em um mundo de violência, a gente tem que agir diferente. Depois da experiência de 80, nunca mais deixei Deus”, afirmou Zé Bento.

Um ano depois

Atualmente, seu Zé Bento é monitor em um ônibus de estudantes. Atua na pastoral do Batismo e coordena uma comunidade na zona rural. Ao procurá-lo para a entrevista, o encontramos rezando por jovens na Igreja da Boa Vista, onde funciona um Centro Pastoral da Diocese de Lorena.

Um ano se passou desde a morte das meninas e a serenidade transmitida pelo pai contagia. “Minha vida mudou muito. Minha esposa passou a participar mais da Igreja, minha filha também. Teve mais união”, destaca.

Ajuda ao próximo

“Olhe pra cima! Deus olha por você, esqueça o passado. Veja o que aconteceu comigo, é uma das piores coisas que pode acontecer com alguém”. É assim que ele consola as pessoas que encontra.

Sócio da Canção Nova desde 1982

José Benedito atribui a força e a fé que tem à experiência de 30 anos atrás. “Tudo foi através daquele encontro que tive com o padre Jonas. Não sou sócio de nenhuma outra emissora. Fiz o cursilho em 80 e continuei servindo depois. Aí surgiu a rádio [Canção Nova] e, eu disse, vou ser um dos primeiros sócios”, conta.

“Acredito que meu testemunho chegou ao mundo todo. A TV Canção Nova foi uma das primeiras a me procurar. O povo precisa reconhecer e colaborar com a obra, porque é uma obra divina e vai resgatar muitas pessoas, muitas almas pra Deus”, destacou.

Superação

“Precisamos nos agarrar a Deus para suportar a dor. Perdoei a pessoa dele [do assassino]. E, nesse perdão, quero que muitos reconheçam que erraram, pecaram, voltem atrás e passem a caminhar com Deus”, finaliza o pai.

A entrevista na íntegra estará disponível na Revista Canção Nova do mês de abril. Para recebê-la, basta associar-se: clube.cancaonova.com.

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