Especialista em Escatologia afirma que, além de recordar os fiéis que estão no céu, a solenidade quer recordar o chamado de todos à santidade
Luciane Marins
Da Redação
Neste sábado, 1º, a Igreja celebra a solenidade de Todos os Santos. Para explicar por que esta festa foi instituída e o que ela representa, o Canção Nova em Foco, desta semana, conversa com padre Fernando Santamaria, especialista em Escatologia.
O padre explica que a vocação à santidade é universal, ou seja, não é reservada para poucos. Todos os homens e mulheres são chamados a serem santos. As pessoas que correspondem a este chamado, e que, portanto, viveram e morreram em Cristo se encontram com Ele no Reino Celeste. No Livro do Apocalipse, capítulo 20, São João afirma que é uma multidão. Porém, nem todos chegarão a ser canonizados pela Igreja; então, esta solenidade existe para recordar todos os fiéis que estão no céu.
“São esses nossos irmãos e irmãs, de diferentes estados de vida, diferentes idades, que nós acreditamos que já contemplam a face do Senhor e já estão nesta dimensão triunfante da Igreja, esses que celebramos na Solenidade de Todos os Santos. Mas essa festa existe também, para recordarmos que todos nós somos chamados ao Reino Celestial.”
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Para exemplificar, padre Fernando compara a festa a um monumento histórico, erguido para recordar soldados mortos em uma guerra. Não se sabe o nome dos soldados mortos em batalha, mas o monumento é erguido para fazer memória a todos eles.
“A solenidade de todos os santos é comparável a esse ato civil. Há uma data e um marco para lembrar de todos num só [dia]. Lembramos de todos os santos e santas que não foram canonizados mas que se encontram na glória.”
Assim como muitos fiéis costumam celebrar seu santo de devoção e pedir sua intercessão, especialmente no dia dedicado a eles, neste primeiro de novembro, é possível pedir a intercessão de todos os santos.
Santos canonizados ao longo da história da Igreja, e também no século XXI, como João Paulo II, são prova de que a vocação à santidade é possível. Entretanto, o padre destaca que assumir essa vocação não é obra pessoal, mas um projeto de Deus, somente possível com a graça d’Ele, ou seja, não se pode ter a pretensão de querer ser santo pelas próprias forças.
“Os santos com muito esforço, muita graça de Deus, pelo mérito de Cristo, se santificaram, ao ponto de também agora terem méritos […] Nenhum santo cura, liberta ou faz milagre. O único que faz milagre é Deus, mas Ele quis, por intercessão da Virgem Maria, dos santos e dos anjos, distribuir as Suas graças”.
Dia de Finados
No dia seguinte ao dia de todos os santos, a Igreja celebra o Dia de Finados, ocasião para recordar os fiéis defuntos. Nesta ocasião, destaca-se a existência da Igreja triunfante no céu; padecente no Purgatório e a militante na terra. Na entrevista, padre Fernando também explica o sentido deste dia e orienta como os fiéis devem vivê-lo.
Dia de Finados na Canção Nova
Padre Fernando Santamaria está entre os consagrados da Comunidade Canção Nova, que vão conduzir o Kairós “Buscai as coisas do alto”, com o tema: “O Brasil precisa de santos”. O evento acontece na sede da Comunidade, em Cachoeira Paulista (SP), neste domingo, 2.