Oitava de Natal é um tempo especial de graça na Igreja e vai até dia 1º de Janeiro
Denise Claro
Da redação
Nesta semana, a Igreja vive a Oitava de Natal. Mas o que é este tempo? A Solenidade do Natal não é vivida somente em um dia, mas é estendida por oito dias, bem como a oitava da Páscoa. O período da Oitava de Natal vai até o dia 1º de Janeiro, quando se celebra a Solenidade de Maria, Mãe de Deus.
Padre Reginaldo Carreira explica que os oito dias da Oitava de Natal são celebrados como se fossem um único dia, e que começaram a ser vividos depois do surgimento da Oitava da Páscoa.
“No decorrer do caminho da Igreja, começou-se a se celebrar a oitava da Páscoa, oitava de Pentecostes, uma série de oitavas no sentido de comemorar a semana toda, de domingo a domingo, não só por ser uma semana festiva, de festas consideradas especiais, mas por entender o oitavo dia como o dia sem ocaso, o dia final, o dia da ressurreição, da plenitude. Então nesse sentido a Igreja sempre nos remete à visão também do Céu, da Igreja definitiva. A Igreja começou a celebrar as oitavas, e no decorrer do caminho ficaram a Oitava de Natal e a Oitava de Páscoa, porque são festas ligadas e as mais importantes. O mistério da encarnação tem seu sentido e toda a nossa fé cristã tem seu sentido a partir do mistério da Páscoa de Jesus.”
O sacerdote acrescenta que a Oitava de Natal é uma celebração litúrgica que faz lembrar a Encarnação de Jesus, que se fez homem para salvar a humanidade.
Festas nesse Período
Durante o período da Oitava de Natal, no calendário litúrgico, há outras festas. “É interessante que a festa da Oitava de Natal não tira a importância das outras celebrações que acontecem nesse período, que também são muito significativas”.
No dia 26, é celebrada a festa de Santo Estêvão: “primeiro mártir, testemunho de um amor, de uma doação, de uma entrega que tem sentido por causa da fé na ressurreição e na encarnação de Jesus. A missão de Jesus foi tão eficaz que as pessoas tiveram coragem de dar a vida por Ele”.
Dia 27, celebra-se São João Apóstolo e Evangelista: “É quem nós chamamos de discípulo amado, que fala de uma forma mais profunda do mistério da Encarnação, não explicando de uma maneira histórica, mas de uma forma mais teológica”.
Outra festa é dos Santos Inocentes, no dia 28: “Essa festa tem todo o sentido no Natal de Jesus, pois Maria e José fugiram com Jesus para o Egito devido à ordem de Herodes”.
No meio deste tempo, também é comemorada a Festa da Sagrada Família, no dia 30 de dezembro: “Jesus que nasceu numa família pra salvar nossa família; é na família que está centrada nossa experiência de vida e de amor.”
A Oitava de Natal se encerra com a Solenidade de Maria, Mãe de Deus. “É uma forma de consagrar a Nossa Senhora, a mãe de Deus, todo o ano que se inicia. Essa festa coroa a Oitava de Natal falando de Maria como Mãe, porque o mistério da Encarnação aconteceu a partir do Sim sincero, profundo, e convicto de Nossa Senhora”.
Como viver a Oitava de Natal
O sacerdote salienta que o período da Oitava de Natal, além de repleto de celebrações litúrgicas, pode e deve ser vivido de forma pessoal, através da oração do terço (especialmente dos Mistérios Gozosos), e da contemplação do Mistério da Encarnação. Também é importante sinalizar a casa, com velas e luzes, como forma de demonstrar a alegria da chegada do Senhor. Também, claro, participar da Missa dentro do possível.
“Mas o mais importante é entender que todos esses sinais devocionais, rituais ou litúrgicos que a gente celebra só têm sentido se acontecer o nascimento espiritual, se a gente alimentar no nosso coração, para que nasça Jesus a partir daquilo que Ele quer que nós vivamos: o amor verdadeiro, o perdão sincero, a alegria coerente com o propósito de vida cristã. As festas que a gente vive nesse tempo, tanto de Natal quanto de Ano Novo, precisam ser norteadas pelo sentido delas: Jesus”.