Secretário-executivo nacional da CF cita o combate à corrupção como um dos pontos principais da campanha deste ano e enfatiza a reforma política
Monique Coutinho
Da redação
Nesta quarta-feira, 18, início da Quaresma, foi aberta oficialmente a Campanha da Fraternidade 2015.
Este ano, o tema da campanha é “Fraternidade: Igreja e sociedade” e o lema “Eu vim para servir”. O objetivo é aprofundar, à luz do Evangelho, o diálogo e a colaboração entre a Igreja e a sociedade.
Para o secretário-executivo nacional da Campanha da Fraternidade, padre Luiz Carlos Dias, essa campanha visa convidar todas as comunidades cristãs a se empenharem em prol da sociedade. “Com a perspectiva de diálogo e cooperação [entre Igreja e sociedade], estaremos colaborando para que o Reino de Deus de fato cresça e se realize aqui entre nós”, disse.
O tema da campanha foi escolhido em reunião, com a participação dos presidentes das comissões episcopais e pastorais, assessores e responsáveis pelo Conselho Episcopal Pastoral (Consep), e em vista da comemoração dos 50 anos do encerramento do Concílio Vaticano II, que representou uma espécie de reconciliação da Igreja com a sociedade.
“O tema trata de uma relação da Igreja com a sociedade e da sociedade para com a Igreja. Então, temos os desafios e as dificuldades, mas ele vem nos iluminar para que nós cristãos, nós Igreja possamos, de fato, cooperar para que a sociedade avance na vivência da justiça e da fraternidade”, disse padre Dias.
Propostas
Para que o tema não fique disperso, o sacerdote cita duas ações como pontos principais da campanha, sendo uma delas a reforma política. “Vivemos em um momento conturbado do ponto de vista político-econômico”.
Padre Dias acrescenta que existe um projeto delineado pelo texto base, que visa o combate à corrupção e o melhor funcionamento da esfera política, para que ela esteja a serviço dos direitos dos cidadãos e das famílias como também do bem comum.
“Essa é a proposta: que haja empenhos, haja ações em vista da reforma política e, de maneira especial, pedimos uma ação que é a coleta de assinaturas para que o projeto que a colisão preparou possa ser apresentado ao Congresso. Para isso, precisamos de quase dois milhões de assinaturas; então, seria oportuno que nas comunidades houvesse um empenho para a coleta de assinaturas”, acrescenta.
A segunda proposta é a superação das situações de violência. O sacerdote apela para que as pessoas e as comunidades estendam seu olhar, com o objetivo de ver situações que geram a violência. Dessa forma, a proposta é que elas possam, quem sabe juntamente com governos ou outras entidades, desenvolver ações de superação e construção de uma sociedade de paz.
Igreja e sociedade
A Igreja sempre colaborou e caminhou junto da sociedade. Segundo o secretário-executivo, a campanha naturalmente apontará para tal realidade. “Jesus, antes da sua ascensão, disse: ‘Ide pelo mundo’. Então, a nossa fé é evidenciada na história, no dia a dia, no compromisso transformador, visando a superação das situações de sofrimento das pessoas”.
O sacerdote enfatiza que todos são chamados ao testemunho e a colocar-se ao serviço da sociedade, anunciando, de fato, Jesus e tomando parte de ações que possam cooperar para que situações de morte e dor sejam superadas.
“Acredito que essa campanha ajudará as nossas comunidades e todos discípulos de Jesus Cristo a refletir e perceber a necessidade desse empenho junto à sociedade, porque a Igreja não é um gueto; ela, pela sua história e pelas palavras de nosso Senhor “ide”, é chamada a esse empenho missionário junto à sociedade”, conclui.
A Campanha da Fraternidade acontece anualmente e é coordenada pela Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB). Com início no primeiro dia da Quaresma, ela se estende oficialmente até o Domingo de Ramos (último domingo que antecede a Páscoa), e tem o objetivo de despertar a solidariedade nos fiéis e comunidades, tendo em vista algum problema enfrentado pela sociedade.
Leia mais
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.: Mensagem do Papa Francisco para a Quaresma 2015