Anualmente, estimativas apontam que 73 mil mulheres são acometidas pelo câncer de mama; especialistas asseguram: se descoberta a tempo, doença tem cura
Thiago Coutinho
Da redação
Seguindo o costume anual, neste mês o Ministério da Saúde recorda a campanha Outubro Rosa, que reforça os cuidados da mulher contra o câncer de mama e o câncer do colo de útero. Estimativas das autoridades apontam que mais de 73 mil mulheres são vítimas do câncer de mama anualmente. Outras 17 mil são acometidas pelo câncer do colo do útero todos os anos.
Especialistas afirmam que um a cada três diagnósticos de câncer pode ter cura se for diagnosticado no início. Para isso, porém, as mulheres precisam perder o medo e evitar a desinformação. O câncer de mama, por exemplo, apresenta diversos sinais e sintomas logo no início do seu desenvolvimento.
O único câncer que atinge mais os brasileiros que o câncer de mama é o de pele não melanoma. Embora raro, o câncer de mama também pode atingir os homens — esses representam menos de 1% dos casos da doença.
O sintoma mais comum que deve chamar atenção das mulheres é o surgimento de um nódulo, que geralmente é indolor, duro e irregular. Mas, há, sim, tumores que têm consistência branda, globosos e bem definidos. Outros sinais que podem caracterizar o câncer de mama são:
- Edema cutâneo (na pele), semelhante à casca de laranja;
- Retração cutânea;
- Dor;
- Inversão do mamilo;
- Hiperemia;
- Descamação ou ulceração do mamilo;
- Secreção papilar, especialmente quando é unilateral e espontânea.
A secreção que pode ser associada ao câncer de mama é transparente, podendo ser rosada ou avermelhada devido à presença de glóbulos vermelhos. Nas axilas podem surgir linfonodos palpáveis. Todos esses sinais devem ser submetidos a uma investigação médica — que também podem caracterizar doenças benignas da mama.
As mulheres devem estar atentas às mamas e identificarem o que é normal em seus corpos ou o que podem ser consideradas alterações suspeitas de câncer de mama.
As causas
O câncer de mama pode ser causado por diversos fatores. Conforme a idade aumenta, aumentam as chances de desenvolver câncer, sendo maior a partir dos 50 anos. É fato, porém, que obesidade e sobrepeso — especialmente após a menopausa; sedentarismo; consumo de bebida alcoólica e exposição frequente a radiações ionizantes (raios X,
mamografia e tomografia) podem aumentar o risco de desenvolver o câncer de mama.
É bom ressaltar que em mulheres com 70 anos ou mais é grande o risco de o exame de mama revelar algum tipo de câncer que não causaria danos. Se mil mulheres, entre 50 e 59 anos, sem alto risco para câncer de mama, forem rastreadas a cada dois anos, por sete anos, eis os resultados:
Câncer do colo do útero
O câncer do colo do útero se desenvolve a partir do crescimento anormal de células na porção do útero em forma de canal que conecta o útero à vagina. Também conhecido como câncer cervical, este tipo de câncer é causado pela infecção genital persistente por alguns tipos do Papilomavírus Humano – HPV (chamados de tipos oncogênicos).
Trata-se de um vírus sexualmente transmissível que é muito frequente na população e seria evitável o contágio com o uso de preservativos. Segundo informações do Instituto Nacional do Câncer (INCA), na maior parte das vezes a infecção não causa a doença, mas, em alguns casos, alterações celulares podem evoluir ao longo dos anos e causarem câncer.
É durante o exame preventivo (conhecido também como Papanicolau) que são identificadas as lesões pré-cancerosas. A boa notícia é que são curáveis em quase todos os casos.