Somente em 2019 foram 1.544.987 casos da doença em todo o país, com 782 mortes
Thiago Coutinho
Da redação
Segundo estimativas do Ministério da Saúde, um surto de dengue pode ocorrer em maio nos estados que compõem a região Nordeste, bem como Espírito Santo e Rio de Janeiro, que poderão ter um surto da doença até março deste ano. Em 2019, segundo o Ministério, em todo o país foram contabilizados 1.544.987, crescimento de 599,5% em relação ao mesmo período de 2018 (205.791). Confira quadro ao final deste texto.
Algumas regiões, como a Sudeste, embora não listadas pelo Ministério da Saúde, têm registrados índices altos de incidência do Aedes aegypti. A cidade de Cruzeiro, situada no Vale do Paraíba, interior de São Paulo, é uma delas. O município já notificou 883 casos da doença até o momento. Um idoso morreu na quinta-feira, 13.
O intenso período de chuva pelo qual a região vem passando é um dos fatores que propiciam a proliferação do mosquito. “Quando há criadouros, os ovos depositados pela fêmea do Aedes entram em contato com água e eclodem, aumentando a proliferação do mosquito”, explica o secretário de Saúde da cidade, Danilo Rezende.
Taubaté, também no interior de São Paulo, também corre risco de infestação das larvas do mosquito. O índice larvário médio na cidade é de 4,5. Para o Ministério da Saúde, porém, quando o índice é de 1,5 há risco iminente de epidemia. Lá, a administração municipal também registrou a morte de uma mulher de 30 anos.
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As estimativas para o estado de Minas Gerais também não são as melhores. De acordo com a Secretaria do Estado de Saúde (SES), já são 4.671 casos da doença, uma média de 180 diagnósticos suspeitos e confirmados por dia nos 853 municípios que compõem o estado.
A Vigilância Epidemiológica das cidades que compõem o Litoral Norte do estado de São Paulo também estão cuidadosas. Ubatuba e Caraguatatuba registraram mais casos da doença em janeiro deste ano se comparados ao mesmo período de 2019.
Medidas de precaução
Em Cruzeiro, o secretário de Saúde explicou que algumas medidas foram tomadas para evitar que a doença se alastre. “Estamos combatendo os criadouros, promovendo ações de nebulização; orientações em escolas, comunidades, ações de limpeza de terrenos abandonados, além do aumento de efetivos para intensificar as ações de rotina da Zoonose”, afirmou Rezende.
Além disto, a cidade instituiu multa para proprietários de terrenos que foram notificados a limpá-lo e não o fizer. Drones também estão sobrevoando a cidade para identificar criadouros do mosquito.
O Ministério da Saúde recomenda que sociedade se mobilize e organize mutirões a fim de combater o mosquito. O poder público, porém, é peça fundamental para que este tipo de trabalho seja realizado. Em Cruzeiro, por exemplo, a administração municipal pretende expandir o contingente de profissionais que auxiliem na luta contra a dengue. “Há previsão para contratação de novos fiscais. Um concurso público, inclusive, já foi realizado para isto”, reiterou Rezende.
A dengue em outros países
Segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS), a dengue já se alastrou a outros países da América do Sul, onde deixou suas marcas em países como a Bolívia e o Paraguai.
Na Bolívia, 9500 casos suspeitos de dengue foram reportados pela OMS. No Paraguai, o presidente do país, Mario Abdo Benítez, contraiu a doença. O Ministério da Saúde, inclusive, já havia alertado que em 2020 uma epidemia tomaria conta do país.
Ainda segundo a OMS, a dengue é uma das 10 doenças mais ameaçadoras à saúde pública em todo o mundo. A variação mais perigosa da doença, a hemorrágica, pode levar à morte.