Especialista explica que atividades físicas e reeducação alimentar são imprescindíveis para acabar com a vida sedentária
Thiago Coutinho
Da redação
A Organização Mundial de Saúde (OMS) lançou no início de junho um Plano de Ação Global que pretende reduzir o sedentarismo entre adultos e adolescentes em 15% até 2030. De acordo com pesquisas da OMS, um em cada cinco adultos e quatro em cada cinco adolescentes (11 a 17 anos) não praticam atividade física de maneira satisfatória. O documento da OMS também pede apoio ao treinamento de profissionais de saúde e outros especialistas, além de sistemas de dados mais sólidos, bem como o uso de tecnologias digitais.
Diversas doenças estão relacionadas ao sedentarismo: obesidade, diabetes, infarto, hipertensão arterial são algumas delas. Nosso corpo foi feito para se movimentar. Por isto as atividades físicas são imprescindíveis para se manter a saúde em dia. Os exercícios físicos, porém, devem ser feitos com alguma cautela. O primeiro passo é fazer exames com profissionais de saúde e avaliar o quanto e como você pode se exercitar.
“Antes de começar a fazer os exercícios, uma pessoa deve procurar um médico cardiologista para avaliar o condicionamento físico e também um médico ortopédico, para avaliar se ela tem alguma lesão nas articulações”, explica o educador e preparador físico Edgar Armond.
Outro detalhe importante para quem pretender ter rotina mais saudável de exercícios físicos é a reeducação alimentar. Assim, as atividades físicas devem corresponder ao consumo energético. Bebidas como refrigerantes, por exemplo, atrapalham por conta do excesso de açúcar e ainda prejudicam o processo de hidratação do corpo. “Sem dúvidas, para se atingir seus objetivos, exercícios físicos e alimentação devem caminhar de mãos dadas”, explica Armond.
A idade, obviamente, influencia nos resultados dos finais de quem se exercita. “Na medida em que envelhecemos, nosso metabolismo fica mais lento”, adverte o preparador físico. “Por isto há esta necessidade das pessoas se cuidarem. Independente de cada idade, cada um tem um nível de aptidão física e não necessariamente farão os mesmos exercícios”, reitera.
Atividades físicas mais intensas, como o crossfit, podem ser boas opções para quem quer começar a perder peso e sair do sedentarismo. O ideal, entretanto, é que esses exercícios sejam praticados com a supervisão de um profissional. “Sempre se deve buscar um bom orientador que além de desenvolver a prática nos treinamentos, faça-o de acordo com o perfil do aluno”, diz.
Estudos da OMS apontam que a atividade física regular é fundamental para prevenir e tratar doenças crônicas não transmissíveis (DCNTs), como as cardíacas, acidentes vasculares cerebrais, diabetes e câncer de mama e de colo do útero. “Os estudos atuais falam em 150 minutos semanais de atividades, ou 30 minutos diários de forma contínua, com exercícios de médios a moderados”, acrescenta Armond.
Dores de cabeça, diabetes e cirrose
Milena Paixão sofria de cefaleia crônica (dores de cabeça) por anos. E estava muito acima do peso: 101 quilos. “Dentro dos exames que fiz, descobri que estava com gordura no fígado, pré-diabética e obesidade grau dois”, relata Milena. Assustada, e incomodada com as constantes dores de cabeça, resolveu investir em atividades físicas
“Comecei as minhas atividades diariamente. Faço musculação e exercícios funcionais. No começo, é claro, não foi fácil porque eu não estava acostumada com aquele ritmo de vida”, diz Milena.
Mas além dos exercícios, ela precisou fazer uma reeducação alimentar, pois a gordura no fígado poderia gerar outras doenças. “Se eu não tomasse cuidado, no futuro poderia ter cirrose. E a questão do pré-diabetes também me preocupou. Procurei uma nutricionista e uma endocrinologista e sigo as orientações delas. Procuro ser bem fiel ao que elas me passam”, afirma.
Seguindo à risca a fórmula de exercícios físicos periódicos e a reeducação alimentar, Milena perdeu 33 quilos. “Mas ainda preciso emagrecer um pouco por conta da minha altura. Só que com muito mais tranquilidade”, finaliza.