Duas importantes obras do artista plástico Cláudio Pastro passaram por restauração em diferentes igrejas do país. O trabalho preserva a memória do paulistano que se dedicou exclusivamente à arte sacra por 40 anos, e reaproxima as comunidades locais de suas referências visuais e espirituais.
Reportagem de Nathália Cassiano
Imagens de César Rodrigues e Taíse Cortês
A arte sacra valoriza tradições, expressa fé e revela o belo e o sagrado. Duas importantes obras sacras do artista plástico Cláudio Pastro foram restauradas. Uma é o painel dentro do mosteiro Nossa Senhora de Guadalupe, no Espírito Santo.
Outra é a figura do Cordeiro Místico na paróquia São Luís Gonzaga, em São Paulo. “A obra do Mosteiro de Nossa Senhora de Guadalupe, ela tinha muita sujeira, como é natural, de uma obra mural, vai acumulando sujeira que vai aderindo à parede. E ela tinha uma perda de corpo. Nós resgatamos a tonalidade amarela do mural, porque na arte sacra as cores também guardam um significado. E aí nós tivemos que usar uma série de adesivos, um processo bem delicado e bem trabalhoso para que a gente grudasse novamente tudo aquilo que tava soltando de volta à parede”, explicou a arquiteta e restauradora, Silvana Borges.
Além de restaurar a pintura, o trabalho tem também outro grande significado, o de preservar a memória e reaproximar as comunidades locais de suas referências visuais e espirituais.
“Então, dentro de uma Igreja, dentro do espaço celebrativo, essas obras, essas figuras, elas não podem ser colocadas de forma aleatória. Elas se relacionam com a celebração, elas têm um simbolismo ali dentro daquele espaço”,completou ela.
A restauração da obra do Cristo Pantocrator no altar da Paróquia São Luís Gonzaga, zona norte da capital paulista, durou 15 dias intensos de empenho e dedicação. O cônego José Renato acompanhou todo o processo. “Estar rezando com os pincéis, porque exige muita delicadeza, paciência, equilíbrio também e resistência física, porque ficar subindo e descendo andaime não é para qualquer um”, analisou o pároco da Igreja São Luiz Gonzaga, o cônego José Renato Ferreira.
Como bem dizia Cláudio Pastro, a beleza é a manifestação de Deus em nós revelada por meio da contemplação.“O sagrado tem que ser belo e tem que ser simples. O centro é Jesus, mas vamos procurar preservar aquilo que com muito amor foi construído, foi esculpido, foi feito para nos fazer nos conectar com a beleza Daquele que é a verdadeira beleza”, concluiu ele.
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