As celebrações natalinas marcam profundamente a vida da sociedade, em grande parte do mundo em que vivemos. Fundamentalmente de caráter religioso, com freqüência assumem características alheias aos valores cristãos. No paganismo, na antigüidade, era a festa do deus sol: “Natalis (Solis) Invicti”.
Em torno de 336, em Roma, os cristãos já celebravam o nascimento do outro Sol, o verdadeiro, Jesus Cristo. Antes do final do século, há notícias, em muitos recantos da Terra, então conhecida, da alegria pelo nascimento de Jesus, afastando assim os cristãos dos festejos do paganismo.
A verdade da fé em Deus que se fez homem assumindo nossa natureza humana, para nos salvar, teve, em São Leão Magno, um grande propulsor. Mais que a data histórica exata, louvavam a verdade de Jesus ter vindo ao mundo para salvá-lo, que consiste no verdadeiro fundamento dos festejos natalinos: a celebração do mistério da encarnação e suas circunstâncias narradas nos Livros Santos e Tradição.
Há um duplo alicerce nas solenidades litúrgicas do nascimento de Jesus: o histórico e o teológico: a encarnação do Filho de Deus, o início da redenção, a Salvação dos homens anunciada pelos profetas, séculos antes e a descrição feita pelos evangelhos.
São Leão Magno assim se refere a essa data: “a presente festividade, renova para nós, o sagrado nascimento de Jesus“, e em conseqüência, “nos afervora e nos ensina que o Natal do Senhor, quando o Verbo se fez carne não é apenas uma recordação do passado, mas algo palpitante, vivo, no presente”.