Antes de participar da reunião do Conselho de Administratação da Empresa Brasileira de Infra-Estrutura Aeroportuária (Infraero), o futuro presidente da estatal, Sérgio Gaudenzi, adiantou que a recomendação "número 1" para o cargo é ter "foco na segurança", mas também e "na tranqüilidade dos passageiros". Gaudenzi afirmou que não fica satisfeito com a prestação do serviço nos aeroportos brasileiros, lembrando que são custeados por recursos das taxas de embarque, pagas pelos usuários.
"Eu, como usuário de aeroporto, direi que não fico satisfeito com a prestação do serviço, então devo trabalhar para que essa prestação de serviço melhore muito", disse. "Acho que é preciso ter mais cuidado com as pessoas, ter as informações corretas. Às vezes, as informações não são corretas. O passageiro tem o direito de saber se o avião está atrasado ou não, quando tempo deve esperar no aeroporto, se ele tem a possibilidade de embarcar ou se o embarque será feito talvez até no dia seguinte."
Sérgio Gaudenzi quer fazer rapidamente um levantamento das principais dificuldades encontradas nos aeroportos. Segundo ele, quer contar com a ajuda do brigadeiro José Carlos Pereira, que comandava a Infraero até agora. O novo presidente da estatal afirmou ainda, seguindo o discurso do ministro da Defesa, Nelson Jobim, que "é preciso que os três órgãos do setor se entendam muito bem". Segundo ele, a Infraero tem que prover a infra-estrutura dos aeroportos, o Comando da Aeronáutica cuidar da defesa aérea, e a Anac [Agência Nacional de Aviação Civil], que representa em tese a sociedade, deve fiscalizar.
Gaudenzi preside a Agência Espacial Brasileira (AEB) desde 2004. Natural da Bahia, é engenheiro civil formado pela Escola Politécnica da Universidade Federal da Bahia. Foi deputado estadual e federal. Na Assembléia Legislativa, foi relator-geral da Constituição da Bahia e presidente da Comissão de Fiscalização e Controle do Executivo. Na Câmara dos Deputados, foi vice-presidente da Comissão Especial para a reformulação da Previdência Social e da Comissão Parlamentar de Inquérito da Previdência Social. Também exerceu os cargos de secretário-geral do Ministério da Previdência e secretário da Fazenda do estado da Bahia.
Antes de assumir a presidência da AEB, atuava como consultor empresarial. É membro do diretório e da executiva-nacional do Partido Socialista Brasileiro (PSB).