A Prelazia do Xingu, o Conselho Indigenista Missionário (CIMI) e o Movimento de Mulheres Trabalhadoras de Altamira (PA), divulgaram ontem, 23, uma nota de esclarecimento, por causa das recentes notícias veiculadas pela imprensa sobre aspectos relacionados ao fato ocorrido na última terça- feira, 20, no encontro "Xingu Vivo para sempre". No evento o engenheiro da Eletrobrás, Paulo Fernando Rezende, foi agredido e ferido com um facão por índios Caiapós ao final de uma palestra em que falava sobre os detalhes técnicos de uma usina.
A nota justificou, entre outros aspectos, declarações da impresnsa que acusaram participantes da organização do evento como responsáveis diretos pela compra de facões usados pelos índios no incidente: tais notícias "revelam postura precipitada e equivocada, que destoa da realidade dos fatos e se afasta das circunstâncias e dos antecedentes em que o lamentável episódio ocorreu", afirma a nota.
A nota explica ainda que os facões, além de serem instrumentos de trabalho das índias Caiapó, responsáveis pela agricultura de subsistência, fazem parte da organização social e cultural deste povo, sendo acessórios imprescindíveis.
O secretário-geral da CNBB, Dom Dimas Lara Barbosa, comentou o assunto.
As entidades e promotores do encontro reafirmam seus compromissos com as causas indígenas, suas reivindicações, bem como com os ribeirinhos, trabalhadores do campo e povos atingidos pelas barragens.