"É um momento privilegiado para refletir e experimentar os mistérios da fé", explica o professor da Faculdade Dehoniana (Taubaté-SP), padre Daniel Aparecido de Campos.
"Celebrar o Natal é fazer memória do nascimento de Cristo", complementa o padre. Mas, o que significa fazer memória?
O conceito de fazer memória não implica em dizer que o mesmo acontecimento se torne presente de modo concreto, mas apenas em trazê-lo à lembrança. "Embora a celebração aconteça em um certo tempo e espaço, o que se vivencia está fora do tempo, é atemporal", salienta padre Daniel.
Esse fazer memória é diferente, por exemplo, do memorial realizado através do Sacramento da Eucaristia. De acordo com o Catecismo da Igreja Católica, nesse Sacramento, os acontecimentos não apenas vêm à lembrança, mas se tornam efetivamente presentes e reais:
"A celebração litúrgica destes acontecimentos torna-os de certo modo presentes e atuais. […] Quando a Igreja celebra a Eucaristia, esta se torna presente: o sacrifício que Cristo ofereceu uma vez por todas na cruz torna-se sempre atual" (números 1363-1364).
Caráter eterno
Em Teologia, se explica que todas as ações de Jesus, mesmo as puramente humanas, eram teândricas, isto é, o agente era sempre o Deus feito homem. "É por isso que tudo o que está relacionado à vida de Cristo possui um caráter eterno, embora tenha sido vivenciado e realizado no tempo", salienta padre Daniel.
É aí que também se pode entender melhor a função do rito: oferecer suporte para que a pessoa possa vivenciar o que é celebrado e, também, expressar na atualidade aquilo que possui um cunho eterno.
"Não é um fim em si mesmo. Facilita e fomenta a disposição interior do cristão em se motivar a viver o mistério, o louvor, a graça de interagir com Deus", finaliza.
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