Combate à pobreza

Não se compadecer do pobre é negar a humanidade, diz bispo

Presidente da Caritas Brasileira, Dom João Costa fala do compromisso de cada ser humano no combate à pobreza

André Cunha
Da Redação

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Dom João Costa / Foto: Caritas

“Uma pessoa que não se compadece diante do outro que está precisando, está com fome, já está negando, em tese, a sua humanidade. Mas principalmente, eu diria isso para um cristão, que além de ser cidadão é também um seguidor de Cristo”. Foi o que afirmou o presidente da Caritas Brasileira, Dom João Costa, no contexto deste Dia Nacional de Combate à pobreza, celebrado nesta quarta-feira, 14.   

Apesar da redução importante nas taxas da pobreza no Brasil, como apontou o relatório do Panorama Social da América Latina 2015, divulgado em março,  há muito para ser feito para melhor o cenário social no país.

Além do Estado, que é obrigado por lei a combater a pobreza, um caminho para o desenvolvimento social no Brasil é cada cidadão fazer sua parte. Para Dom João Costa, o segredo é começar por quem está mais próximo. “Porque você pode se sentir desafiado, olhando para o grande apelo do mundo todo, e dizer: é tanta gente, a necessidade é tão grande que eu não vou fazer nada. Mas se você faz um gesto concreto diante de uma só pessoa que está perto de você e é só esse que você pode, você deve estar com a sua consciência em paz”.

Dom João lembra que o ser humano tem em si a capacidade de compadecer-se de quem sofre. Por isso, há muita gente que, apesar de não ser cristão, se importa com os outros.  “São pessoas que, às vezes, não tem uma fé definida, um compromisso com Cristo, mas são sensíveis diante dos irmãos que estão passando necessidade. Então tem várias formas de manifestações de solidariedade, de apoio àqueles que estão sofrendo. Mas eu creio que se um cidadão comum já tem essa sensibilidade, nós temos uma exigência maior, porque além de cidadãos, somos também cristãos”.

“A gente pode não mudar o mundo, mas a gente faz a nossa parte que é grande e significativa”, completou o presidente da Caritas no Brasil.

Lembrando a pessoa de Jesus, o bispo ressalta que a compaixão é um aspecto fundamental, sobretudo para os cristãos. “A compaixão é fazer da dor do outro, nosso sofrimento também. Cristo sempre se compadecia daqueles que sofriam”.

A Igreja combatendo a pobreza

O Papa decidiu instituir um “Dia Mundial dos Pobres” na Igreja Católica, que vai ser celebrado no penúltimo domingo do ano litúrgico. A celebração é inspirada no Ano Santo da Misericórdia (dezembro 2015-novembro 2016), que se concluiu no domingo, 21 de novembro.

“Esse dia de combate à fome e à miséria é uma grande oportunidade para que a gente também comece a sensibilizar a cada um fazer sua parte”, disse o bispo sobre a iniciativa do Papa Francisco.

 

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