Balanço

Mortos e feridos diminuem nas rodovias federais no Carnaval

A fiscalização empregada pela Polícia Rodoviária Federal na Operação Carnaval conseguiu reduzir em 11,7% o número de mortes nas rodovias federais entre 0h de sexta-feira, dia 1º, e meia-noite da Quarta-feira de Cinzas, dia 6. Foram registradas 128 mortes, contra 145 em 2007. No total, foram 2.396 acidentes (+1,57%) e 1.472 feridos (-7,42%).

Apesar das recomendações dos últimos dias, grande número de motoristas insistiu em desrespeitar a legislação de trânsito. Nos seis dias de operação, 156.919 veículos foram flagrados no momento da infração (aumento de 26,8% em relação a 2007), 105.131 por excesso de velocidade. Em trechos limitados a 80 km/h, radares eletrônicos da PRF fotografaram motoristas a quase 180 quilômetros por hora. No total, os policiais rodoviários federais abordaram 204.795 veículos (+8,22%).

O esquema montado pela Polícia Rodoviária Federal observou dois aspectos. Em trechos com alta concentração de veículos e congestionamentos, foram empregadas equipes com viaturas e motocicletas. Nos locais propensos à velocidade, a distribuição de radares e presença policial foi a estratégia adotada. Na saída e chegada às grandes regiões metropolitanas, helicópteros apoiaram a fiscalização terrestre, registrando ultrapassagens indevidas e tráfego pelo acostamento.

Áreas importantes para as estatísticas, como Rio de Janeiro, São Paulo, Sul de Minas Gerais, Goiás, Bahia, Ceará e Maranhão apresentaram chuvas acima da média do ano passado. As informações são do Instituto Nacional de Meteorologia (INMET).

Álcool combatido com rigor
Neste Carnaval, a Polícia Rodoviária Federal ganhou nova atribuição: fiscalizar o cumprimento da MP 415, que proíbe o comércio varejista de bebidas alcoólicas em rodovias federais. De sexta-feira até ontem (06/02), a PRF visitou 7.167 estabelecimentos e autuou 855. Os estados com maior volume de multas foram Bahia (121), Minas Gerais (77), Paraná e Distrito Federal (68). A média de autuações ficou em torno de 10% dos locais fiscalizados. Não houve registro de prisões por desobediência e, na maioria dos casos, a medida foi cumprida voluntariamente.

O combate ao consumo de álcool não ficou restrito aos 13 mil bares, restaurantes e postos de combustível identificados nos 61 mil quilômetros de rodovias federais. Os 500 etilômetros da PRF trabalharam sem descanso. Em todo país, 202 motoristas embriagados foram presos em flagrante e 624 acabaram reprovados pelo teste do bafômetro, tendo interrompidas suas viagens perigosas.

Mais trabalho nas estradas
Para fazer frente ao volume de tráfego nas BR's, que atinge picos de até 50% no Carnaval, a Polícia Rodoviária Federal cancelou férias e licenças dos ocupantes de cargo de chefia e reduziu o tempo de folga dos agentes em escala. Com a medida, cada policial trabalhou entre 30 e 50% a mais que em dias normais. Também foram montadas escalas extras, inclusive com a convocação de servidores de folga, e emprego de policiais do serviço administrativo.

Da mesma maneira, supervisores operacionais foram destacados para cada região do país. Os inspetores percorreram as principais rodovias de cada estado, conferindo o esquema de policiamento e a estratégia elaborada para a redução de acidentes. O Diretor-Geral do DPRF, inspetor Hélio Cardoso Derenne, inspecionou pessoalmente os estados do Rio Grande do Sul, Santa Catarina, Paraná, São Paulo e Rio de Janeiro.

"Durante muito tempo, a realidade das estradas ficou restrita a quem utilizava o transporte terrestre. Hoje, merece atenção da sociedade em geral. O prejuízo com mortes é dividido entre todos. Pessoas perdem suas vidas, famílias perdem pessoas queridas, e o Brasil perde parte do seu futuro, com a morte ou incapacitação de mão-de-obra economicamente ativa", afirma Hélio Derenne.

De acordo com estudo do IPEA – Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada, do Ministério do Planejamento, durante o Carnaval o país teve prejuízo de mais de R$ 205 milhões com acidentes e vítimas.

Exemplos de imprudência- A PRF registrou 16 graves acidentes durante o feriado, com dois mortos ou mais, provocados pela imprudência dos motoristas. Das ocorrências, 10 foram colisões frontais causadas por excesso de velocidade e ultrapassagens indevidas, associadas à chuva.

O desastre mais violento aconteceu na última segunda-feira (04/02), no município de Casemiro de Abreu/RJ. Dois veículos de passeio bateram de frente na BR 101 Norte, que faz a ligação do Rio de Janeiro com o Nordeste do Brasil. Os policiais que atenderam a ocorrência apontaram falta de atenção, excesso de velocidade, ultrapassagem proibida e consumo de álcool como possíveis causas para a colisão. No colo do motorista de um dos carros, uma garrafa de cerveja aberta servia como forte indício de embriaguez ao volante. No acidente, quatro pessoas morreram instantaneamente e duas ficaram gravemente feridas.

"Este desastre retrata fielmente a realidade das rodovias federais. É o motorista que evita, mas também que determina a ocorrência de acidentes. Se ele não fizer a sua parte, dificilmente alguém poderá fazer por ele", explica o inspetor Alvarez Simões, Coordenador de Controle Operacional da Polícia Rodoviária Federal.

Criminalidade não foi esquecida– Apesar do foco no trânsito, durante o Carnaval a Polícia Rodoviária Federal esteve atenta aos crimes que acontecem nas rodovias. Foram apreendidos mais de 870 quilos de maconha, 44 quilos de cocaína, 6.550 pedras de crack e 5.500 esferas de haxixe. O número de criminosos presos em flagrante cresceu 34,5%, de 460 para 619 em 2008.

Equipes da Divisão de Combate ao Crime e de Núcleos de Operações Especiais estiveram de plantão durante o feriado, atentos a todo tipo de criminalidade. No Triângulo Mineiro, por exemplo, não houve registro de assalto a ônibus ou caminhões nas rodovias que cortam a região. Nas estradas do Nordeste e Norte, 13 crianças e adolescentes foram flagradas em locais de risco e encaminhadas aos conselhos tutelares locais.

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