Memória aos bispos falecidos

Morte é um mistério, mas cristãos não perdem a esperança, diz bispo

Na Santa Missa, desta quarta-feira, 11, os bispos, reunidos na 49ª Assembleia Geral da CNBB, fizeram memória aos bispos falecidos no último ano.

A Celebração Eucarística foi presidida pelo bispo de Palmares (PE), Dom Genival Saraiva, que destacou que, todos os anos, esse evento da CNBB recorda os bispos falecidos com a oração de fé, esperança e caridade.

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“A morte da maioria desses irmãos, que hoje sufragamos, aconteceu no contexto natural do envelhecimento e de enfermidade crônica (…). Ao lembrarmos esses nossos irmãos, colocamo-nos diante da realidade da morte que não exclui nenhuma criatura, como já ensinava o Eclesiastes: ‘Tanto morre o sábio, como o ignorante‘ (Ecle 2,16)”, refletiu o prelado.

Dom Saraiva destaca ainda que Jesus compara a chegada da morte à visita de um ladrão às nossas casas, num momento inesperado. “Ficai certos, se o dono da casa soubesse a que horas da noite viria o ladrão, vigiaria e não deixaria que sua casa fosse arrombada. Por isso, também vós ficais preparados, pois na hora em que menos pensais, virá o Filho do Homem” (Mt 24,43-44).

Um provérbio muito antigo confirma essa verdade – recorda o bispo – “‘A hora é incerta, mas a morte é certa’. Sabemos que a morte é um acontecimento natural, porém nunca deixamos de considerá-la um mistério, diante do qual todos se curvam”.

“Somente em atitude de oração, podemos nos colocar diante do mistério da morte, porque o fazemos com o olhar da revelação. Por isso, esse mistério será lido diferentemente pelos cristãos, porque têm esperanças, como ensinou São Paulo aos Tessalonicenses: ‘Irmãos, não queremos deixar-vos na ignorância, a respeito dos mortos, para que não fiqueis tristes como os outros, que não têm esperança. Com efeito, se cremos que Jesus morreu e ressuscitou, cremos igualmente que Deus, por meio de Jesus, com Ele conduzirá aqueles que adormecerem’” (Tes 4,13-14).

Apesar do conhecimento desse ensinamento de São Paulo, a certeza da morte provoca arrepios até em pessoas de espiritualidade sólida, explica Dom Saraiva. E acrescenta, “a morte gera estremecimento até nas pessoas com muita maturidade na fé e encontra resistência até em pessoas de grande saber teológico, quando se dão conta da gravidade de seu estado de saúde”.

“Conhecendo esse estado de espírito em muitas pessoas, a Igreja pede ao Senhor da vida: ‘ajudai os agonizantes a esperarem, confiantemente, o seu encontro com Cristo, para que se alegrem eternamente na visão da Vossa face'”, destaca.

Dom Saraiva também declarou que, ao celebrar a memória dos bispos falecidos, “a CNBB oferece os frutos de seu generoso pastoreio, colhidos abundantemente, em suas respectivas dioceses, cujo reconhecimento é manifestado pelos fiéis de maneira muito tocante”.

“De muitas maneiras, pessoas, grupos e comunidades expressaram muita alegria pela presença e pelo trabalho desses irmãos, ao longo de seu pastoreio”, ressaltou.

O prelado afirmou que “a virtude da esperança dá sentido à vida dos cristãos, em sua caminhada à vida eterna, mas, sobretudo, lhes dá firme certeza para superar as dificuldades que se apresentam, no seu dia a dia, e na busca da salvação, que será experimentada plenamente na eternidade”.

“Como é bom, irmãos e irmãs, diante da certeza da morte, contarmos com a segurança do ensinamento de São Paulo. Além dos santos e santas do céu que vivem a eternidade, felizes, sabemos que também está reservado a todos os homens o prêmio da fidelidade e da perseverança: ‘Combati o bom combate, terminei a corrida, guardei a fé. Desde agora, está reservado para mim a coroa da justiça, que o Senhor, justo juiz, me dará naquele dia, não somente a mim, mas a todos que tiverem esperado com amor a sua manifestação‘ (II Tm 4,7-8)”, concluiu.

Assista à homilia na íntegra

 

 

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