AUTISMO

Ministério da Saúde lança nova linha de cuidado para TEA

O Ministério da Saúde apresentou, recentemente, uma nova linha de cuidados para pessoas com Transtorno do Espectro Autista. O objetivo é garantir o diagnóstico precoce, ainda nos primeiros anos de vida, e ampliar as chances de tratamento eficaz.

Reportagem de Aline Imercio e Antonio Matos

Carlos recorda de como foi complicado fechar o diagnóstico de autismo do seu filho.

O processo começou quando Heitor ainda era bebê. E foi concluído quando ele tinha 5 anos. “E toda vez que você pegava a criança, parecia que a gente estava torturando. Aí fomos no pediatra, vários médicos, fizeram uma série de exames, ninguém sabia porquê. Aí eu peguei e marquei uma consulta com um neuro. Ele falou: ‘Pai, a gente vai começar a fazer os exames e vamos tentar as terapias”, lembrou o empresário, Carlos Eduardo Lobo.

Para fazer um diagnóstico mais rápido do transtorno do espectro autista e realizar o tratamento indicado da forma adequada, o Ministério da Saúde lançou a nova linha de cuidados para o TEA. Entre as medidas está a aplicação do teste de rastreio M-Chat para crianças a partir de 1 ano e 4 meses. “Ele é um instrumento de rastreio de sinais de autismo. Ele já existe, já encontra-se na caderneta de saúde da criança, tanto na física quanto na digital. E agora foi inserido no PEC, que é o prontuário eletrônico do cidadão eUS. Lembrando que o teste é de rastreio, ele não é de diagnóstico, então ele precisa de um acompanhamento multiprofissional caso apresente algum sinal, para poder de fato iniciar o processo de diagnóstico”, explicou o coordenador geral de saúde da pessoa com deficiência do Ministério da Saúde, Arthur Medeiros. 

“São feitas perguntas pra família sobre o desenvolvimento da criança que o pediatra aplica rapidamente. Se houver uma pontuação numa faixa de risco, essa criança deve ser encaminhada para um especialista para que aí sim seja confirmado ou afastado o diagnóstico”, explicou o neurologista e ex-presidente da SBNI, Marcelo Masruha. 

No Instituto Jô Clemente em São Paulo, são oferecidos atendimentos a pessoas com transtorno do espectro autista ou com deficiência intelectual. Aqui, por exemplo, por meio do SUS, há trabalhos de inclusão e longevidade. 

O local também oferece atendimentos particulares. A Dra. Daniela Lins é gerente dos serviços de saúde do Jô Clemente e também vê essa determinação do Ministério da Saúde como significativa para o diagnóstico precoce. “Por conta da plasticidade cerebral. Quanto mais cedo esse estímulo, mais foco na linguagem, na comunicação, na interação social, mais resultado a gente consegue”, apontou a gerente de serviços de saúde do Instituto Jô Clemente, Daniela Lins Neves. 

Carlos, que hoje também ajuda outros pais, lembra da importância do diagnóstico precoce. “O que eu levava nas escolas é justamente isso, pros pais tentarem identificar o quanto mais cedo, melhor, tanto pro pai como para a criança”, concluiu Carlos.

Evite nomes e testemunhos muito explícitos, pois o seu comentário pode ser visto por pessoas conhecidas.

↑ topo