Cerca de 5 mil pessoas participaram de ato público, em Feira de Santana (BA), para comemorar a construção de mais de 221 mil cisternas em municípios com sinais de semi-aridez.
Os dados são do Programa de Formação e Mobilização Social para a Convivência com o Semi-Árido: Um Milhão de Cisternas (P1MC), da Articulação do Semi-Árido (ASA).
As cisternas são reservatórios cilíndricos construídos ao lado das casas e podem armazenar até 16 mil litros de água. O suficiente, segundo o coordenador da ASA, Naidison Batista, para uma família com cinco pessoas beber e cozinhar por até dez meses.
Para o coordenador da ASA, o ato também quer mostrar à população brasileira a importância da construção das cisternas. “Muita coisa muda na vida das famílias. As mulheres deixam de caminhar dez quilômetros para buscar uma lata de água suja e contaminada. Esse tempo que ela gastava, ela agora pode se dedicar ao estudo e ao trabalho”.
Com água limpa e tratada na porta de casa diminuíram os casos de doenças, como verminoses. Segundo o coordenador, as cisternas também vão provocar mudanças políticas, já que vão impedir que muitos eleitores vendam o voto por causa de um copo de água potável. O coordenador espera que ainda neste ano a ASA firme um acordo com o Ministério do Desenvolvimento Social e Combate à Fome (MDS) para a construção de mais 40 mil cisternas.
Para Batista, que também é membro do Conselho de Segurança Alimentar e Nutricional (Consea), o desenvolvimento de metodologias e tecnologias é a única forma de garantir água potável ao semi-árido durante todo o ano.
Cada cisterna custa R$ 1,6 mil e pode durar mais de 50 anos. A Articulação do Semi-Árido promove cursos para ensinar os beneficiados a cuidar do reservatório e a reabastecê-lo sem contaminar a água.