Mídia, Imaginário e Cultura Amazônica foi um dos três seminários apresentados na manhã desta quarta, 18 de julho, quarto dia do 5º Mutirão Brasileiro de Comunicação, realizado pela CNBB com organização da Arquidiocese de Belém (PA).
Cerca de 135 pessoas acompanharam as conferências da antropóloga e professora da Universidade Federal do Pará, Eneida Assis, e Irmã Joana Puntel, autora de diversos livros no campo da comunicação, com a mediação de Padre Roberto Presczeski.
Eneida Assis
A antropóloga apresentou a Amazônia e as visões construídas no decorrer dos anos. "A Amazônia é conhecida como uma terra sem homens para homens sem terra por conta da idéia de que a região é um vazio", ilustrou a professora. Outra idéia errônea, de acordo com Eneida, é o fato de a Amazônia ser conhecida só como 'pulmão do mundo'. Para desfazer essas idéias, Eneida descreveu a diversidade cultural do território que ocupa mais da metade do solo brasileiro.
Em seguida apresentou os conceitos sobre cultura e mídia sobre a ótica de vários pensadores. Para encerrar, descreveu o imaginário amazônico, apresentando autores regionais, que por meio da música, da literatura e da poesia, registraram a cultura, os modos de viver e de se expressar do amazônida.
O Círio de Nazaré e a música de Nilson Chaves, conhecido músico paraense, também foram citados pela professora que concluiu afirmando que "o imaginário nasce com a vivência". Ao encerrar sua particição, Eneida passou um vídeo clip da música "Destino Marajoara", de Nilson Chave, ilustrando sua palestra.
Irmã Joana Puntel
"A mídia é um dispositivo que aciona o imaginário". A partir desta afirmação, Irmã Joana Puntel discorreu sobre o papel da mídia na construção do imaginário. A religiosa revelou seus tempos de jornalista da Revista Família Cristã na Amazônia. "Foram momentos de experiências importantes, que traziam um feedback incrível dos leitores", afirmou.
Assim como a primeira conferencista, Puntel apresentou os conceitos de cultura e mídia, porém, sob outra tônica. Introduzindo o conceito de Max Weber sobre a teia de relações, Irmã Joana esclareceu como as relações humanas interferem no processo da comunicação. Da tecnologia do imaginário até a ação da mídia, ela expôs seus diversos conceitos e afirmou que "tudo passa pelo midiático". Por fim, lançou um desafio: que sua conferência não fosse conclusiva, mas ponto de partida para se aprofundar no assunto.
Após as apresentações aconteceu um momento de plenária onde as conferencistas responderam à perguntas dos presentes.