Entre a população idosa o analfabetismo funcional totaliza 49% (13% entre não idosos): 23% declaram não saber ler e escrever (2% dos não idosos), 4% afirmam só saber ler e escrever o próprio nome (1% dos não idosos) e 22% consideram a leitura e a escrita atividades penosas (8% dos não idosos), seja por deficiência de aprendizado (14%), por problemas de saúde (7%) ou por ambos motivos (2%).
A população idosa reside em domicílios com menor renda familiar que a não idosa, mas uma proporção maior dos idosos vive em casa própria. Metade passou a maior parte de suas vidas no campo – ou viveu no campo tanto quanto nas cidades -, enquanto que, entre os não idosos, predomina a vivência urbana.A população idosa brasileira urbana – pessoas com 60 anos e mais – é mais feminina, declara-se mais da cor branca, é mais católica e menos escolarizada que os jovens: metade é atingida pelo analfabetismo funcional.
É o que mostra a pesquisa Idosos no Brasil – Vivências, desafios e expectativas na 3ª idade, realizada pela Fundação Perseu Abramo, por meio de seu Núcleo de Opinião Pública, em parceria com o SESC Nacional e SESC São Paulo.
Os resultados foram apurados a partir dos questionários respondidos por 3.759 brasileiros. Entre os idosos, 89% não passaram da 8ª série do ensino fundamental, sendo que 18% não tiveram nenhuma educação formal. Apenas 4% chegaram a entrar em um curso superior. Entre os não idosos, 44% não passaram do fundamental (2% não freqüentaram escolas) e 15% chegaram ao ensino superior.
Entre os homens idosos prevalecem os casados. A maioria vive com a mulher e ao menos um filho. Entre as idosas prevalecem as viúvas, a maioria vive com um filho ou filha.
Na população idosa acentua-se o desequilíbrio por gênero: 57% são mulheres e 43% homens, contra 48% de homens e 52% de mulheres entre a população não idosa.
Segundo a classificação de cor do IBGE, 41% da população adulta não idosa declara-se branca, 37% parda e 14% da cor preta. Entre os idosos, metade declara-se de cor branca (51%), 31% pardos e 12% da cor preta.
Esse “embranquecimento” dos idosos é ratificado na classificação por ascendência racial: entre não idosos 40% dizem ter ascendência negra e branca e 27% só branca; entre os idosos, 42% declaram ascendência branca e 30%, negra e branca.
Com relação à religião, a predominância da católica (62% na população não idosa) se acentua entre os idosos (73%). A evangélica é maior entre os não idosos (26%) do que entre o total de idosos (21%), mas entre as idosas é 11 pontos porcentuais (26%) mais alta que a observada entre os homens idosos (15%).