2 anos do desastre

Mariana: tragédia mostra que extrativismo indiscriminado mata, diz padre

Dois anos após desastre, rede ‘Iglesias y Mineria’ organiza encontro sobre Ecoteologia em defesa do território em Mariana (MG)

Da redação, com Rádio Vaticano

Dois anos após tragédia, cidade de Mariana permanece coberta de lama e rejeitos tóxicos /Foto: Reprodução Comissão Pastoral da Terra

Termina nesta terça-feira, 7, em Mariana (MG), o encontro “Ecoteologia e atividade minerária; a espiritualidade, a resistência e as alternativas em defesa dos territórios”. Promovido pela rede ‘Iglesias y Mineria’, o evento está reunindo cerca de 40 agentes pastorais, ativistas que trabalham em áreas de extrativismo, representantes de povos indígenas e quilombolas, teólogos e estudiosos da questão minerária.

“É importante realizar este seminário em um contexto tão sofrido, em um lugar onde a pior tragédia da América Latina, ligada à mineração, ceifou a vida de 19 pessoas e contaminou a Bacia do Rio Doce em 600 km até o Oceano”, afirmou padre Dario Bossi, coordenador da rede latino-americana ‘Iglesias y Mineria’. Para o sacerdote, o desastre ambiental de Mariana, depois de dois anos, demonstra que a atividade extrativista indiscriminada mata e é insustentável.

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Para padre Bossi, a chamada “preocupação social e ambiental” de muitas empresas da mineração está se revelando como uma ‘hipocrisia’, o que reforça a necessidade de valorização da Encíclica do Papa Francisco Laudato si no âmbito do encontro de reflexão, oração e fortalecimento das capacidades de resistir e gerar alternativas para o atual modelo de devastação ambiental e social.

“Queremos com isso [o encontro] ressaltar uma posição da Igreja e das comunidades para dizer não à mineração que impacta, mas também queremos refletir sobre as motivações, as místicas, a espiritualidade e a teologia que sustenta a resistência das comunidades. É um compromisso teológico, um compromisso pastoral em apoio às comunidades que precisam sentir a Igreja mais próxima”, disse padre Bossi.

“Queremos ajudar a Igreja a tomar sua posição em nível diplomático, no diálogo, na pressão e na denúncia. (…) Na América Latina inteira estamos reforçando e tecendo laços para reforçar as comunidades atingidas”, finalizou o sacerdote.

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