“Queremos ter uma Igreja mais forte, com a participação de todos os batizados”, disse presidente da comissão
Da redação, com CNBB
Leigos, membros do Conselho Nacional do Laicato do Brasil, assistiram na tarde desta quinta-feira, 1º, a exposição da Comissão Episcopal Pastoral para o Laicato, junto aos bispos presentes na 52ª Assembleia Geral da CNBB, que é realizada em Aparecida (SP).
A comissão, responsável pela produção do texto sobre os “Os cristãos leigos”, é presidida pelo bispo de Caçador (SC), Dom Severino Clasen, e tem como membros o bispo de Macapá (AP), Dom Pedro Conti; o bispo de Tocantinópolis (TO), Dom Giovani Pereira de Melo; e o bispo auxiliar de São Paulo, Dom Milton Kenan Júnior. Também participam leigos especialistas em Teologia.
De acordo com Dom Severino Clasen, a Comissão está realizando “um sonho” ao trazer novamente para a Assembleia a temática dos cristãos leigos e leigas, já abordada em outras ocasiões. “Queremos ter uma Igreja mais forte, com a participação de todos os batizados”, disse.
Antes da apresentação do texto, dois leigos foram convidados para falar sobre as expectativas com relação ao debate do tema pelos bispos brasileiros.
“Ao trazer o tema do laicato para esta Assembleia, não sabem os senhores a alegria que gerou em nós. É como se fosse o sentimento de um filho que se convive no dia a dia, anos e anos, mas que quando tem um olhar especial dos pais para esse filho, a sensação é de que estamos sendo percebidos, estamos sendo vistos. É como a primeira chuva que cai no sertão. Este é o sentimento que gera em nós leigos que estamos atuando neste momento. É saber que quando a chuva cai precisamos correr e jogar as sementes para que possam germinar”, explicou a leiga Sônia Gomes, da arquidiocese de Montes Claros (MG).
Sônia também apontou as inúmeras atividades realizadas pelos leigos na região, como a Escola de Fé e Política. “Dessa escola, conseguimos que saíssem candidatos. Foram seis vereadores, dois vice-prefeitos e dois prefeitos. Nós continuamos a acompanhar o trabalho desses políticos”, disse.
Para o professor de Teologia da Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro, César Gusman, a CNBB, ao falar sobre os leigos, “reconhece aqueles e aquelas que estão em maior número no corpo eclesial e que não querem mais ser tratados de maneira passiva, como aqueles que sempre ouvem e recebem, ou como o povo conquistado”.
Segundo o professor, “os leigos querem ser verdadeiros discípulos missionários, querem ser sujeitos eclesiais (…) Nos alegra e nos encoraja saber que os bispos do Brasil, em comunhão com toda a Igreja, estão decididos em seguir este caminho”, afirmou.
Após a apresentação da Comissão Episcopal Pastoral para o Laicato, os bispos formaram grupos de estudos para discutir o texto.