Eles estão inseridos nas mais diversas realidades e nos mais diferentes trabalhos de evangelização e serviço na Igreja. A presença dos leigos se tornou mais evidente depois do Concílio Vaticano II, que especificou a forte contribuição destes para com a Igreja na instauração do Reino de Deus.
“Vemos a riqueza das experiências da participação dos leigos na missão da Igreja. A partir do Concílio Vaticano II eles, como povo de Deus, são vistos como responsáveis pelo processo de evangelização. No Documento de Aparecida se destaca que sem a força deles não é possível realizar a missão continental”, ressalta o Bispo de Bacabal (MA) e membro da Comissão Episcopal para a Animação Missionário e Cooperação Interclesial da CNBB, Dom Armando Martin Guitierrez.
No 3º Congresso Missionário Nacional, que acontece em Palmas (TO), o bispo enfatizou que, além do serviços e da contribuição a nível local e nacional nas diversas pastorais, os leigos se lançam na evangelização no exterior.
Para o secretário-geral da CNBB, Dom Leonardo Ulrich Steiner, a participação cada vez maior dos leigos na vida da Igreja é um grande exemplo que o Brasil e toda a América Latina podem levar para o resto do mundo, especialmente para a Europa.
“O trabalho junto às famílias, estudo bíblico em pequenos grupos, a formação de leigos, tudo isso é visto como uma grande possibilidade de renovação da nossa Igreja”, disse o secretário-geral da CNBB.
Dom Armando, por sua vez, acredita que não é possível imaginar hoje uma Igreja em missão, num processo de evangelização que desafia toda a realidade social, sem os leigos, pois são eles estão inseridos nos diversos ambientes – nos meios de comunicação, nos campos da saúde, política, esporte, educação, e assim por diante, e ali são testemunhas de Cristo.
Neste sentido, as Novas Comunidades estão diretamente ligadas na evangelização por parte dos leigos, salienta Dom Armando.
“As Novas Comunidades são uma inspiração do Espírito Santo para nossos tempos. Elas estão plenamente inseridas no meio popular, elas fazem uma ponte e tem uma eficácia de inserção para transmitir os valores do Evangelho”, reforça.
Os leigos consagrados, destaca o bispo, levam um testemunho muito grande da primazia de Cristo, da vivência em comunidade, dos valores cristãos e do testemunho concreto no serviço.
Testemunho de vida
Para a missionária da Comunidade de Aliança da Canção Nova em Palmas, Maria Elivan, o impulso missionário parte do encontro pessoal com Deus, no desejo que levar a outros a alegria desta descoberta.
“Desde 2005, trabalhamos na evangelização de casa em casa, estamos ali com as famílias, rezamos o terço e as escutamos. As pessoas que moram em Palmas vieram de outros lugares tentar a vida aqui. Isso nos proporciona um campo de missão muito grande. Queremos estar com elas, trazê-las para dentro das paróquias, criando um elo de família com elas”, conta.
A missionária conta ainda que além das visitas de casa em casa, os missionários de Palmas realizam visitas em hospitais para estar em contato com os doentes e com aqueles que estão ali como acompanhantes.
“Como batizados estamos contribuindo para o pedido da Igreja pela evangelização”, reforça a missionária leiga.
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