Série Inteligência

Inteligência apenas não basta. Saiba o que fazer com ela

Inteligência! No dicionário Aurélio ela é definida como faculdade ou capacidade de aprender. Mas consultar o tal dicionário já não é tão comum.

A inteligência do homem ultrapassa cada vez mais os limites. Na medida que se constroem grandes obras arquitetônicas sedem espaço para reflexões sociais. Quanto mais a sociedade evolui, mais vai crescer a desigualdade.

“Beleza não se põe a mesa”, já dizia o velho ditado. Mas um pouco de músculo sempre ajuda. Principalmente se ele vem acompanhado de inteligência. As mulheres apesar de gostarem de homens bonitos, preferem os inteligentes. É claro que a quantidade de inteligência não depende da cor dos cabelos e as vezes ter um corpo musculoso é sinal de inteligência já que a prática de esportes auxilia no desenvolvimento da memória.

Mas o que determina a inteligência? Como ela se processa no cérebro? Para a Doutora em psicologia, Maria de Fátima Cardoso, a “inteligência é a capacidade complexa, que nós temos, de organizar as situações e as experiências que armazenamos”.

As informações são guardadas temporariamente no hipotálamo, a maioria delas se perdem durante o sono. As mais importantes são transferidas para o córtex e podem durar para sempre dependendo do estímulo. De acordo com Gardner, existem 7 níveis de inteligência específica para cada área. São chamados de “Módulos Cognitivos”.

Durante um bom tempo a inteligência era medida por testes de QI, o Quociente Intelectual. Testes de QI mostram que a diferença entre o QI dos habitantes dos países desenvolvidos e dos subdesenvolvidos é grande: – O QI médio dos ingleses é 100, número padrão. O QI médio dos americanos também é em torno de 100, dos japoneses sobe para 107, bem acima da média. Já a dos brasileiros chega apenas a 87, bem abaixo da média.

A psicóloga Maria de Fátima diz que hoje é preciso tomar cuidado na aplicação e na avaliação dos testes de QI: – “ Eu tenho que avaliar não só a competência especifica da habilidade, mas outros fatores emocionais, econômicos e culturais que vão contribuir para complementar. Então o teste de QI se for usado para definir condição da pessoa de inteligência superdotada ou não, ele é suspeito”, afirma.

Professores explicam que a inteligência está associada ao hábito de ler diariamente. Porém a inteligência não requer apenas quantidade de informações. O conjunto de habilidades pode envolver raciocínio lógico, velocidade e bom senso, e ainda, transformar um cérebro comum em superdotado.

A presidente de uma associação responsável pela identificação de crianças superdotadas, Adar Gárcia, afirma que hoje em dia esse trabalho não é tão simples: – “ São mais ou menos cinco ou seis horas de avaliação por crianças, e dentro da rede privada normalmente, quando a criança apresenta esse perfil, são enviadas pela direções das escolas e os próprios pais trazem as crianças para a associação”. Ela afirma que a falta de atenção para este fenômeno pode transformar o destino dessas crianças. “O maior índice de suicídios entre adultos, está entre adultos superdotados frustrados, ou seja, é muito importante o desenvolvimento dessa habilidade para o equilíbrio emocional dessa pessoa”.

Inteligência apenas não basta, o ponto de equilíbrio para a sobrevivência da humanidade depende do bom uso dela.

“Essas industrializações, essa tecnologia sofisticada veio da inteligência do homem. E ao mesmo tempo essa preocupação com o sistema, com o planeta, com a preservação da espécie, ela também veio do lado da inteligência do homem. Então eu tenho o homem inteligente materialmente e o homem inteligente espiritualmente. Qual é então o nosso conflito? É saber lidar com essas duas coisas de uma maneira que preserve a nossa inteligência e não destrua a nossa inteligência com a nossa própria inteligência”, conclui Maria de Fátima.

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