Com o tema "Migração, cultura e vida neste chão" e o lema "Deus viu que tudo era muito bom", celebra-se no Brasil, até o próximo domingo, a 22ª Semana do Migrante.
O evento, organizado pela CNBB (Conferência Nacional dos Bispos do Brasil), tem por objetivo continuar a reflexão da Campanha da Fraternidade da Igreja no Brasil este ano, que discutiu Fraternidade e Amazônia no período da Quaresma, agora na ótica das Migrações.
"É um convite para que todas as pessoas que têm sentimentos de humanidade sejam solidárias com a Amazônia. É indispensável que sejam pensadas ações capazes de enfrentar os graves problemas que ameaçam todas as formas de vida em todo o Brasil e no mundo", afirma a Ir. Marizete Schiavon, membro da Pastoral do Migrante da arquidiocese de Brasília.
Segundo explica a religiosa, a relação migração e região amazônica se justifica dado o grande número de pessoas que se deslocam no interior dessa macro-região que toma uma grande parte do território brasileiro, estendendo-se pelos países vizinhos.
"A grande Manaus, de forma especial, tomou-se um ponto de referência, seja para a migração interna dos povos ribeirinhos, indígenas e camponeses sem terra; seja como etapa intermediária do processo crescente de emigração, seja como abrigo de refugiados e "desplazados". É notória a esse respeito a diversidade de sua população, a qual cada vez mais aumenta e se mistura", afirma.
De acordo com a Ir. Marizete Schiavon, os povos da Amazônia, assim como todos os migrantes, lutam por uma vida digna e saudável, renovando a cada dia a esperança, e é isso que os anima a apostar no projeto de uma "nova Amazônia", tendo como centro a vida e a convivência adequada com o bioma.
Se a Amazônia é terra de vida e missão, como lembrou a Campanha da Fraternidade deste ano, é também terra de intensa e diversificada migração. A missão evangelizadora não pode ignorar essa realidade migratória, se quiser responder de forma eficaz aos desafios que a região apresenta.
Segundo a religiosa, a Semana do Migrante convida todos os fiéis a refletirem e se sensibilizarem com a temática das migrações, na acolhida, no respeito e na valorização da riqueza cultural trazida pelo migrante.
Convida ainda a sociedade a voltar seu olhar, neste ano, para "esse outro Brasil", formado pelas florestas e pelas Águas da Amazônia, onde turismo e miséria se dão as mãos, e onde, por outro lado, milhares e milhões de pessoas vêem-se obrigadas a migrar para sobreviver.
