O presidente venezuelano, Hugo Chávez Frías, censurou, nesta segunda-feira, a hierarquia católica, reclamando da falta de eqüidade na hora de analisar a realidade política do país. Durante a apresentação da nova equipe de governo, Chávez disse ter encontrado, no dia anterior, o presidente da Conferência Episcopal Venezuelana, Dom Ubaldo Ramón Santana Sequera, arcebispo de Maracaibo.
"Ele disse barbaridades" _ afirmou Chávez. No encontro, Dom Ubaldo pediu que fosse reconsiderada a decisão do governo venezuelano, de não renovar a licença de transmissão do canal privado "Radio Caracas Televisión", argumentando questões ligadas à democracia, aos direitos humanos e à liberdade de expressão. Chávez acrescentou que "mais grave do que as palavras de Dom Ubaldo, foi a intervenção do cardeal-arcebispo de Caracas, Jorge Liberato Urosa Savino, que "defendeu o indefensável" ao formular uma proposta idêntica, baseada nas mesmas premissas.
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O presidente venezuelano afirmou que, "enquanto agora, a hierarquia episcopal defende publicamente, um canal privado de televisão, durante o golpe de Estado de abril de 2002, permaneceu calada". "Como entender a hierarquia católica?" questionou Chávez, assegurando "nunca ter visto um bispo sequer criticar o golpe ou o que fizeram os canais de televisão". Chávez reiterou que a decisão de não renovar a permissão à RCTVB é irrevogável: "Juro que nada impedirá que se cumpra essa decisão, de não renovar a concessão a este canal de televisão" _ sublinhou.
Por outro lado, diante da preocupação manifestada por alguns bispos, sobre o conteúdo do "socialismo do século XXI" _ objetivo de seu novo mandato _ Chávez recomendou-lhes que lessem Karl Marx, Lênin e a Bíblia, para aprender o que significa socialismo". A seguir, o chefe do Executivo venezuelano passou a fazer considerações sobre a personalidade de Cristo, "algo que perturba as autoridades eclesiais, segundo reações de seus representantes, em ocasiões precedentes". "Cristo _ disse Chávez _ é um dos maiores revolucionários nascido sobre a face da Terra.
O verdadeiro Cristo não é aquele que alguns setores da Igreja Católica manipulam. Cristo era um verdadeiro revolucionário socialista." O presidente venezuelano baseia suas teses nos versículos bíblicos das bem-aventuranças. "O Cristo verdadeiro _ afirmou Chávez _ é o da propriedade comum, era comunista mais que socialista; era um comunista autêntico, um anti-imperialista, inimigo da oligarquia, inimigo das elites e do poder."
Por fim, Chávez denunciou que "infelizmente, existem correntes na Igreja Católica que manipulam Cristo, para tentar transformar essa religião no que Marx chamou de "ópio do povo"". Diante disso, Chávez assegurou que a revolução bolivariana, "sem ser eminentemente cristã, tem autênticas raízes cristãs, na sua busca de justiça social, luta pela dignidade do homem, igualdade e liberdade".
Fonte: Rádio Vaticano
Comentário Prof. Felipe Aquino Cristo não era um Revolucionário Socialista!
O presidente Hugo Chaves distorce brutalmente a figura de Cristo quando o chama de socialista, comunista e revolucionário. A Igreja sempre condenou radicalmente o comunismo por ser ateu, materialista e utópico, tendo levado a morte cerca de cem milhões de pessoas na Rússia, China, Cambodja, Vietnã, etc.
O Papa João Paulo II quando esteve em Puebla, na III Conferência dos Bispos da América Latina, disse em seu discurso inicial que "esta visão de Jesus como o revolucionário de Nazaré não se coaduna com a fé católica". João Paulo II e Bento XVI, e todos os papas que os precederam condenaram veementemente o comunismo. Basta ler a Encíclica Divinis Redemptoris, do Papa Pio XI, de 1937, condenando o comunismo ateu.
Prof. Felipe Aquino, 57, é doutor em Física pela UNESP. Casado há 34 anos, tem cinco filhos. Foi membro da Comissão Nacional da Renovação Carismática Católica (RCC). Participa de encontros no país e no exterior, já escreveu 45 livros e apresenta dois programas semanais na TV Canção Nova: "Escola da Fé" e "Trocando Idéias".
