Uma técnica minimamente invasiva, com alta precisão e resultados rápidos. Em Minas Gerais, um procedimento inédito marcou um avanço no tratamento do câncer de intestino.
Reportagem de Vanessa Anicio e Luiz Gustavo Rodrigues
Sem sintomas, Marcos só descobriu um tumor no reto ao fazer uma colonoscopia de rotina. “Foi num desses checkups que foi detectado o problema, no reto, que é que era um tumor neuroendócrino, de tamanho pequeno, mas que se não cuidasse ele poderia crescer e se tornar um problema maior”, relatou o contador, Marcos Gonçalves Lopes.
A lesão, mesmo pequena, tem potencial de metástase e exige tratamento rápido e
eficaz. O contador foi então submetido a um procedimento novo em Minas Gerais. Foi a primeira vez que a chamada recepção de parede endoscópica com o dispositivo FTRD foi realizada no estado. A tecnologia permite retirar completamente tumores de até 3 cm com segurança, sem a necessidade da cirurgia convencional.
“A vantagem desse dispositivo é que é um procedimento rápido. Então ele é feito somente com sedação. Então o paciente não precisa de uma anestesia geral. O paciente acorda logo que acaba o procedimento, a recuperação é muito rápida, sem dor, sem sangramento, sem nenhum tipo de complicação”, contou a médica endoscopista, Renata Figueiredo.
“E no outro dia, pós cirurgia, eu já tava zerado. Pronto, já trabalhei no outro dia sem problema nenhum”, completou ele.
Além de curativa, a técnica também pode ser usada de forma preventiva em casos de lesões de alto risco antes mesmo de o câncer se desenvolver completamente. “Ele pode ser usado para vários tipos de lesões, mas lesões menores que 3 cm. Lesões pré-malignas. Então o câncer de intestino, por exemplo, ele vem de um adenoma e esses adenomas podem ser retirados por esse tipo, por esse dispositivo. Os tumores precoces também. Então, se você tiver um tumor precoce, que não tenha invasão, que não tenha linfonodo, dá para tirar por ele também. Os tumores neuroendócrinos, que foi o nosso caso”, retomou Renata.
Uma inovação que reforça a importância do diagnóstico precoce e de como a tecnologia tem sido fundamental na promoção de mais qualidade de vida aos pacientes. “Muito menos risco. O procedimento é muito seguro. A técnica é muito simples, que tira a lesão total sem ficar célula residual. É um procedimento rápido, seguro e muito eficaz”, afirmou a médica.