Este domingo, a Igreja é marcada pelo início do tempo do Advento. Este tempo nos convida a nos prepararmos para o Natal, para a vinda do filho de Deus, que veio trazer salvação a toda humanidade.
É um tempo de alegria, de vida e esperança. Estamos a caminho da realização plena da vontade de Deus. Estamos em tempo de espera da plenitude da nossa existência. Celebramos os profetas da Sagrada Escritura, especialmente Isaías. Ele nos convida a aderirmos ao plano de salvação de Deus.
A tônica deste tempo é a esperança. Podemos não ver Jesus em sua vinda gloriosa até o fim de nossa existência terrena, mas Ele é fiel, e cumprirá a sua promessa. Ele está próximo. Deus permanece fiel e sustenta permanentemente a nossa esperança.
Deus é juiz. Todos um dia deverão estar diante dele, para prestarmos conta de nossa vida. Precisamos ir ao encontro dEle para Ele nos instruir, em nossa vida familiar, social, política, em nossa própria vida pessoal. Que acolhamos a presença de Deus em nosso meio com alegria e gratidão.
Construamos uma cultura de paz, destruindo as armas de guerra, transformando-as em partilha, perdão, alimento, pão de cada dia. Que possamos desfazer os propósitos de ódio e violência existentes no mundo, para construirmos uma sociedade de paz. O tempo do advento nos convida à oração; convida-nos à colaboração com a obra de Deus, seguindo os seus desígnios.
Não devemos nos perder em meio aos afazeres do nosso cotidiano. Não sabemos quando, mas Ele virá nos buscar. Estamos em tempo de expectativa da vinda de Cristo. A luz fala da transparência, elemento importante para vivermos os princípios do evangelho. Precisamos estar vigilantes para caminharmos na luz; não podemos nos entregar às situações desonestas, que ofuscam esta luz.
O Papa, em seu segundo consistório ordinário público, falou-nos da carta encíclica "Spe Salve", que quer dizer "Salvos pela esperança".
Ele recorda que a esperança verdadeira está baseada na fidelidade à Deus; está baseada em sua obra e afirma que “Somos livres porque o céu não está vazio, porque o Senhor do universo é Deus que ‘em Jesus se revelou como Amor’“.
O papa nos recorda que "chegar a conhecer Deus, o verdadeiro Deus: isto significa receber esperança”.
Bento XVI lembrou também aos neo-cardeais em sua carta encíclica, que “a nossa esperança é sempre essencialmente também esperança para os outros; só assim é verdadeiramente esperança também para nós próprios. Como cristãos, não basta perguntarmo-nos: como posso salvar-me a mim mesmo? Deveremos antes perguntar-nos: o que posso fazer a fim de que os outros sejam salvos e nasça também para eles a estrela da esperança? Então, teremos assim feito também o máximo pela nossa salvação pessoal.
A esperança em sentido cristão é sempre também esperança para os outros. E é esperança ativa, na qual lutamos para que o mundo se torne um pouco mais luminoso e humano. E somente se sei que a minha vida pessoal e a historia no seu conjunto estão guardadas no poder indestrutível do amor eu posso sempre esperar ainda… E apesar de todas as falências, esta esperança dá-me ainda coragem para atuar e prosseguir.
Deus habita esta cidade. Deus quer habitar esta cidade. Deus quer ser um pai amoroso para todos os habitantes desta cidade. Todos são convidados a ser colaboradores na construção da justiça e da paz para esta cidade, para que ela seja cada vez mais morada digna de Deus. Que a paz habite dentro de teus muros, e a tranqüilidade, em suas casas.
O advento é um tempo em que somos convidados a olharmos para Jesus, acolhendo a vinda do Filho de Deus, que pode vir de uma hora para outra, para completar a obra de Deus. Ele poderá vir de muitas formas, nos convidando à casa do Pai.
:: FOTOS da Santa Missa com o Cardeal Dom Odilo