Caríssimos cardeais, bispos e irmãos e irmãs,
Agradeço a Comissão Litúrgica ter me dado a oportunidade de celebrar a Missa no Rito Maronita Católico Oriental, agradeço também aos meus irmãos bispos concelebrantes, Dom Rivan, que é descendete de libanês-maronita, e Dom Antônio, e a Igreja Ucraniana oriental, aqui presente.
Hoje no mundo há 21 Igrejas Católicas, uma ocidental e 20 orientais. A única Igreja católica que não sofreu divisão é a Igreja Maronita, que nasceu católica e permaneceu católica até hoje.
As outras Igrejas católicas, inclusive a ocidental sofreram divisão. Da Igreja ocidental, no século XVI, nasceu na Alemanha a igreja protestante. As outras igrejas orientais católicas tem um ramo ortodoxo, eram ortodoxas e um ramo converteu-se ao catolicismo.
A Igreja Maronita é uma igreja antioquena, fundada pelo apóstolo São Pedro, antes de seguir para Roma, assim a Igreja Maronita é uma Igreja Católica Apostólica.
A Igreja Maronita tem sofrido perseguição e martírio por ter sido sempre fiel ao Papa, por isso é uma Igreja Católica Apostólica Romana, diz um ditado popular “se o Papa decidir ir ao inferno, o único povo que irá com ele é o povo maronita”.
O seu padroeiro é São Maron, eremita que viveu na Síria, e morreu em 410 d.C.. O primeiro Patriarca Maronita de Antioquia foi São João Maron, que viveu no século VIII, o Patriarca atual é o Cardeal Nasrallah Pedro Sfeir e a sede do patriarcado é no Líbano.
Os santos maronitas São Charbel, Santa Rafqa e São Nimatullah Kassab Al-Hardini, e todos os santos, são fruto da espiritualidade da Igreja Maronita.
A liturgia maronita apresenta uma estrutura própria, conservou a língua de Jesus e as orações dos apóstolos, e dos evangelistas, por isso hoje, a festa de São Marcos, usamos a oração na quarta parte da Missa, a anáfora de São Marcos, o Evangelista. Na Missa a paz é dada antes das palavras da Consagração, que são sempre em aramaico, a língua de Jesus.
Vamos aprender a dar a paz em rito maronita, o celebrante durante a paz reza “Paz a ti, altar de Deus; paz às santas oferendas colocadas sobre ti; paz a ti, ó servo do Espírito Santo”. A paz sai do Altar, que representa Jesus Cristo e dada pelo celebrante aos concelebrantes e coroinhas, eles levam a paz aos fiéis, que recebem a paz com as mãos abertas, as fecham e depositam a paz recebida nas mãos abertas de quem está ao lado.
Cada um passa ao outro da mesma forma, semelhante à transmissão da luz do Círio Pascal, na Vigília da Páscoa.
No Brasil todas as Igrejas Orientais dependiam do Arcebispo do Rio de Janeiro até 1968. Nesse ano, o Papa concedeu autonomia a algumas Igrejas Orientais, criou Eparquias, que são Bispados, cada qual com seu respectivo bispo, isto reflete a intenção do Papa de conservar a presença, as identidades das Igrejas Orientais no Brasil.
Na CNBB, há quatro Igrejas Orientais, representadas: a Igreja Ucraniana Católica, Igreja Grega Católica Melquita, Igreja Armênia Católica e Igreja Maronita.
Na Diocese Maronita do Brasil há doze paróquias espalhadas pelo país e 16 sacerdotes, 11 vindos do Líbano e cinco latinos que são biritualistas.
Agradeço aos bispos do Brasil por nos ajudar a conservarmos a nossa presença maronita. Os senhores abrem os corações e as Igrejas para acolherem o povo maronita e mantém nas suas dioceses a nossa presença que assim não se extinguirá. Vocês fazem acontecer o que o Papa João Paulo II dizia e desejava “Que a Igreja respire com dois pulmões, o pulmão ocidental e o pulmão oriental”. Vamos continuar esse trabalho para conservar o corpo da Igreja saudável, ajudando a respirar com os dois pulmões.
Deus ajude a Igreja do Brasil a crescer e ser presente onde houver fiéis, e aqui, Deus abençoe os sacerdotes no Brasil, para serem mais santos, pela intercessão de Nossa Senhora, São Marcos e todos os santos. Amém.
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