Doença que afeta glóbulos brancos progride rapidamente entre crianças e idosos; o médico Ricardo Bigni comenta os avanços no tratamento
Fernanda Lima
Da Redação
Com o objetivo de conscientizar as pessoas sobre a leucemia e a importância da doação de medula óssea, a campanha Fevereiro Laranja é destaque no segundo mês do ano. A leucemia é um câncer que afeta a medula óssea e provoca o desenvolvimento de células cancerígenas na medula, impedindo a formação de células sadias.
Segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS), em 2020, foram registrados 474.519 novos casos de leucemia no mundo, ocupando a 13ª posição entre os tipos de câncer mais frequentes entre os sexos feminino e masculino. No Brasil, o Instituto Nacional do Câncer (INCA), estima que mais de 11 mil casos de leucemia sejam diagnosticados entre 2023 e 2025.
De acordo com o médico e chefe do setor de hematologia do Instituto Nacional de Câncer (Inca), Ricardo Bigni, as taxas de cura têm aumentado significativamente. “Em países com acesso a tratamentos modernos a taxa de sobrevida em cinco anos chega a 90%. No Brasil, os desafios incluem desigualdades no acesso a tratamentos inovadores. Globalmente, avanços como a edição genética e novos imunoterápicos trazem esperança, mas exigem infraestrutura e investimento”, pontua.
Sintomas
Por ser uma doença silenciosa, é necessária a atenção aos possíveis sintomas e tornar um hábito a procura por um médico para a realização de exames de rotina. “Além dos sintomas gerais, sinais mais específicos incluem dor óssea ou articular, sensação de inchaço abdominal e palidez. Tudo isso pode surgir gradualmente, reforçando a necessidade de avaliação médica mesmo em casos aparentemente leves”, sublinha.
O diagnóstico precoce, segundo o doutor Ricardo Bigni, aumenta as chances de sucesso no tratamento. “É crucial procurar um médico para exames específicos como hemograma e mielograma. Além disso, recomenda-se evitar exposição a químicos tóxicos, manter uma alimentação balanceada e atividade física para fortalecer o sistema imunológico”, ressalta.
Casos de leucemia no Brasil
Segundo o Inca, a incidência da doença tem crescido discretamente em parte pelo envelhecimento da população. O risco pode aumentar com a idade e ter uma melhora na detecção. Atualmente, a leucemia é mais comum em crianças representando 25% dos cânceres infantis, segundo um levantamento feito pelo Inca.