O governo federal pretende acabar com a obrigatoriedade das aulas em autoescolas para quem precisar tirar a Carteira Nacional de Habilitação. A medida proposta pelo Ministério dos Transportes gerou repercussão.
Reportagem de Aline Campelo e Ersomar Ribeiro
Entre os futuros condutores, a medida divide opiniões, mas reconhecem que a qualificação para aulas práticas e teóricas com profissionais capacitados é fundamental.
“Quanto à parte teórica, eu acho que realmente valeria mais a pena aprender com a autoescola”, disse o estudante, Gabriel César Dias Neves. “Eu acho bem mais seguro uma pessoa que é experiente nessa área dá pra gente”, falou a profissional de agência de moda, Géssica de Souza Fogaça.
Em entrevista à imprensa, o ministro dos transportes afirmou que cerca de 60 milhões de brasileiros têm idade para tirar a CNH. Segundo ele, o atual processo de habilitação no país é caro, trabalhoso e demorado.
Mas de acordo com esse especialista em trânsito do Instituto de Gestão e Educação para o Trânsito, permitir que o próprio cidadão escolha como se preparar para os testes exigidos pelo Detran é preocupante. “Então, se nós observarmos qual é o único momento em que a pessoa é submetida a um processo formal de educação pro trânsito, quando completa a maioridade, procura então sentir formação de condutores”, contou o especialista em Gestão Educação e Segurança de Trânsito e Transporte, Ricardo Leal.
O presidente do Sindauto no DF, Francisco Loiola, diz que a medida é equivocada e exige diálogo com o setor. “Sem discussão, sem ouvir sociedade civil, sem ouvir a câmara temática e isso causa um grande impacto na economia. E sem contar que o mais essencial é a segurança viária”, explicou o presidente da Sinauto-DF, Francisco Joaquim Loyola.
Para os representantes do segmento, a preocupação com a segurança do trânsito no país deve ser amplamente discutida para que uma mudança na obrigatoriedade das autoescolas no processo de habilitação seja possível. “É necessário uma formação tanto do profissional para formar o condutor como dos diretores da autoescola. Como a instituição em si. A instituição em si. E a gente tem feito um trabalho, tem modernizado o processo no sentido de trazer segurança. O trânsito mata no Brasil hoje cerca de 35.000 pessoas.
Esses são os números do ano passado e deixam mais de 95.000 1 sequelados trazendo muito custo pro erário”, concluiu o vice-presidente do Sindauto-DF, Marcus Henrique Vitorino.