Nesta quarta-feira, 31, o presidente americano publicou decreto com a sobretaxa de 50% sobre os produtos brasileiros. Mas Donald Trump isentou quase 700 itens da cobrança da tarifa. Setores do agronegócio, impactados pela sobretaxa americana, cobram medidas urgentes do governo brasileiro.
Reportagem de Aline Campelo e Sanny Alves
O documento assinado por Donald Trump inclui a castanha do Pará e a polpa e o suco de laranja à lista de isenção. O café ficou de fora das exceções.
“Aquilo que os americanos conseguiram substituir, eles realmente deixaram com tarifas mais altas, ou seja, eles podem substituir esse produtos brasileiros por produtos de outros países, como por exemplo, a carne. A carne não foi nos setores privilegiados, mas os americanos podem comprar carne da Argentina, podem comprar carne da Nova Zelândia”, explicou o cientista político, Márcio Coimbra.
A cobrança da tarifa sobre importações do Brasil entra em vigor em 6 de agosto. Setores do agronegócio, como indústrias de café, carnes, frutas e pescados estão entre os mais impactados. O setor produtivo cobra medidas emergenciais do governo brasileiro porque o cenário atual inviabiliza as exportações ao país norte-americano.
De acordo com Fernando Haddad, a Secretaria de Tesouro dos Estados Unidos procurou o Ministério da Fazenda para debater a sobretaxa contra parte das exportações brasileiras. “A assessoria do secretário Bessent fez contato conosco ontem de que finalmente vai agendar uma segunda conversa. A primeira, como eu havia adiantado, foi em maio na Califórnia”, relatou o ministro da Fazenda, Fernando Haddad.
A Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil chegou a estimar que a venda de carnes bovinas aos Estados Unidos deve ter uma queda estimada de 47%, enquanto o café pode ter uma redução de 25%. Já a Confederação Nacional da Indústria reforçou que o momento exige diálogo e cooperação e não retaliações.
“É o momento que tem que tá todo mundo em conjunto pensando em uma solução”, concluiu o engenheiro agrônomo, Antônio Queiroz Barreto.