Depois da saída de Palocci

Gleisi Hoffmann assume como ministra da Casa Civil

Em seu discurso de despedida do Senado, a senadora Gleisi Hoffmann (PT-PR), que assumiu nesta quarta-feira, 8, o comando da Casa Civil da Presidência da República, negou o rótulo de ser um “trator” na defesa dos interesses do governo e disse esperar o apoio da Casa para desempenhar a nova função. Elasubstitui Antonio Palocci, que deixou nesta terça-feira, 7, o cargo, após denúncias de suposto enriquecimento ilícito quando era deputado federal.

“Não considero essa a melhor metáfora [trator] para quem exerce a política e sempre se dispôs a debater, ouvir e construir consenso”, discursou Gleisi. “A manifestação democrática é o maior instrumento que temos para avançarmos no desenvolvimento do nosso país e acredito que o desfecho dela é a decisão da maioria. Gostaria de manter a convivência respeitosa que iniciamos nesta Casa.”

A senadora afirmou ainda reconhecer o peso de assumir a Casa Civil e disse estar preparada para o cargo. “Quis Deus, por intermédio da presidenta [Dilma Rousseff], que eu ficasse mais próxima para esse auxílio e tenho muita clareza dessa missão. A quem é muito é dado, muito será cobrado.”

Gleisi ressaltou que defendeu o governo no Senado não apenas por pertencer ao mesmo partido da presidenta, mas também por acreditar no modelo “de desenvolvimento econômico inclusivo, no qual as pessoas são o objetivo maior”.

“A presidenta Dilma me confiou uma nova missão e vou cumpri-la, levando em conta muito do que aprendi no Senado. Assim como a presidenta, a minha caminhada tem uma razão de ser, que é a favor do Brasil e do seu futuro”, disse a nova ministra.

A senadora paranaense também elogiou o presidente do Senado, José Sarney (PMDB-AP), e os líderes do governo, Romero Jucá (PMDB-RR), e do PT, Humberto Costa (PE). Gleisi ainda fez “deferência” à oposição, com a qual teve debates duros. “Mas prevaleceu sempre a convivência democrática. Viver exposta ao contraditório é condição da vida parlamentar e da vida democrática.”

No discurso de posse, ela reconheceu que não teria condições de cumprir a dupla função exercida pelo ministro por ser iniciante na política. Ela é senadora em primeiro mandato. "Tenho consciência que escolha não se deve apenas a minha caminhada política", disse a nova ministra.

Gleisi é filiada ao PT desde 1989. Em 2002, compôs a equipe de transição do governo do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Ela é mulher do ministro das Comunicações, Paulo Bernardo, e assumiu a presidência do PT no Paraná em 2008.

Ela disputou uma vaga para o Senado em 2006 e concorreu à prefeitura de Curitiba em 2008, mas só no ano passado conquistou a primeira vitória nas urnas. Em 2010, na segunda vez que disputou o cargo de senadora, elegeu-se como a candidata ao Senado mais votada no estado (3.196.468 votos), juntamente com Roberto Requião.

Gleisi foi diretora financeira da Itaipu Binacional e secretária de Gestão Pública de Londrina (PR) e de Reestruturação Administrativa de Mato Grosso do Sul. É advogada e tem 45 anos.

Assista reportagem de Helen Bernardes

 

 

 

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