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Fim de ano marca início de fiscalização mais intensa nas rodovias

Ainda absorvendo os impactos da crise aérea e do boom automobilístico que marcaram o ano, a Polícia Rodoviária Federal iniciou hoje o maior e mais importante evento de seu calendário: a Operação Verão, que prossegue até 2 de março de 2008 e inclui feriados importantes como natal, réveillon e carnaval, além das férias escolares de janeiro. Na operação de 2006/2007, foram computados 28.424 acidentes, 1.491 mortes e 18.801 feridos.

Historicamente, os feriados nacionais nesse período registram os maiores picos de tráfego, em torno de 30%. Nos finais de semana considerados normais, as rodovias federais sofrem aumento médio de 10% no volume de tráfego, enquanto nos finais de semana prolongados (coincidentes com sextas ou segundas-feiras), a variação é de 15% a 20%.

Durante os 80 dias da operação, serão empregados cerca de 10 mil policiais em escalada de revezamento, apoiados por viaturas de fiscalização e resgate, motocicletas e helicópteros, que estarão distribuídos em pontos estratégicos da malha viária federal, que é de 61 mil quilômetros.

Carro fácil, avião difícil– A crise aérea e a oferta de veículos novos e usados fizeram o brasileiro pegar a estrada em 2007. A conseqüência do movimento maior foi o crescimento dos índices. Entre janeiro e outubro, foram contabilizados em todo o Brasil 103.128 acidentes, 5.813 mortes e 65.864 feridos, altas de 16,40%, 15,01% e 22,9%, respectivamente, em relação ao mesmo período do ano passado.

Cálculos baseados em estudos do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), apontam que entre janeiro e outubro o prejuízo com mortes nas rodovias federais passou de R$ 2,4 bilhões.

Tecnologia contra os imprudentes– Levantamentos da Polícia Rodoviária Federal apontam a imprudência como a principal causa dos desastres. De acordo com levantamentos internos, 80,75% dos acidentes acontecem em trechos com pista boa; 71,4% nas retas; 53,6% em plena luz do dia e com tempo bom, 63%. Falta de atenção é o item mais alegado pelos condutores que se envolvem em acidentes (33,3%).

Para fazer frente ao problema, a PRF vai empregar durante a Operação Verão 500 radares e 400 etilômetros. Entre os medidores de velocidade, 86 são de última geração. Com tecnologia a laser e à prova de detectores de radar, os equipamentos funcionam por até oito horas sem necessidade de recarga da bateria e podem registrar até 7.200 infrações por hora.

O aparelho fotografa os veículos infratores e dispensando a abordagem dos motoristas, que recebem a multa no endereço fornecido para licenciamento, com local e hora da infração.

O etilômetro, diferentemente do bafômetro convencional – que apenas indica a presença de álcool na pessoa que se submete ao teste –, aponta a quantidade da substância no organismo e emite comprovante impresso, anexado ao Auto de Infração.

O aparelho pode ser utilizado como uma espécie de “microfone” durante conversa entre policial e condutor. O equipamento consegue identificar indícios de embriaguez ainda que o motorista não saia do veículo ou se recuse a soprar o aparelho. A legislação brasileira estabelece um limite de 0,3 miligramas de concentração de álcool por litro de ar expelido pelos pulmões. E este valor já é alcançado, quase sempre, depois do consumo de uma lata e meia de cerveja.

Este é o primeiro verão em que os órgãos fiscalizadores de trânsito, inclusive a Polícia Rodoviária Federal, estarão integrados ao Registro Nacional de Infrações de Trânsito (Renainf), sistema criado pelo Denatran que põe fim à impunidade de motoristas que cometem infrações fora de seus estados de origem.

O Renainf integra os bancos de dados dos Departamentos Estaduais de Trânsito (Detrans), permitindo aplicar e cobrar as multas a partir das placas dos veículos registrados em todos os estados, assegurando também a pontuação das carteiras de habilitação. Antes, a cobrança das multas esbarrava na burocracia, que obrigava a PRF a fazer convênios com cada um dos Detrans.

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