Psicóloga orienta

Férias escolares: oportunidade para aproximar pais e filhos

Psicóloga afirma que é no tempo dedicado aos filhos que estes identificam o quanto são importantes para os pais

Kelen Galvan
Da redação

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O tempo dedicado aos pais tem um valor imenso para a criança, afirma a psicóloga escolar Vivian Ferreira de Souza / Foto: Arquivo Canção Nova

Muito mais do que ficar em casa, as férias escolares são uma oportunidade para pais e filhos estreitarem os laços e vivenciarem atividades diferentes.

Seja fazendo uma viagem, andando de bicicleta, brincando com jogos, ensinando brincadeiras diferentes como amarelinha ou pipa, ou até realizando juntos atividades rotineiras, como ver um filme ou aprender a fazer um bolo ou geladinho, o tempo dedicado pelos pais tem um valor imenso para a criança, afirma a psicóloga escolar Vivian Ferreira de Souza.

“É nesse momento dos pais com os filhos que estes identificam o quanto são importantes para o pai e a mãe. São nessas ‘bobeirinhas’ do dia a dia que a criança vê que ela é significativa, porque os pais estão deixando de mexer no celular, no computador ou de fazer alguma coisa para ficar com ela”, reforça Vivian.

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A psicóloga explica que muitos pais pensam que é preciso que as férias sejam ocupadas e lotam os filhos de cursos ou afazeres, porém, também o descanso é importante. Ela destaca que a criança precisa dormir bastante e é preciso que os pais respeitem isso.

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Vivian Ferreira de Souza é psicóloga no Instituto Canção Nova / Foto: Arquivo pessoal

Vivian diz ainda que, muitas vezes, essa preocupação e encherem os filhos de afazeres é interpretada negativamente pelas crianças. “Muitas vezes, de forma inconsciente, o filho identifica isso como uma falta de amor: ‘Meu pai não me aguenta e quer arrumar todas as atividades para eu não ficar em casa'”.

Dividir bem o tempo

Muitas pessoas pensam em férias como um período de não fazer nada ou apenas cuidar de si mesmo. E essa realidade também é encontrada dentro da própria família.

“Há pais que falam para os filhos: ‘me dá um tempo, eu tô de férias e preciso descansar’, porém a criança também está de férias e quer estar com o pai e a mãe”, exemplifica Vivian.

Ela orienta que os pais dividam bem o tempo, para ter um período integralmente direcionado aos filhos, mas também um momento para si mesmos.

Uma dica da psicóloga para melhorar essa atenção é realizar algumas atividades fora de casa. “É importante que haja momentos que eles saiam de casa, nem que seja para algo simples, como passear na pracinha do bairro, pois isso facilita a dedicação aos filhos. Muitas vezes, em casa, os pais não conseguem parar e ficar ali junto com a criança, pois precisam atender o telefone ou fazer outras coisas”.

O trabalho e a família

Em 2012, no Encontro Mundial das Famílias, Bento XVI refletiu sobre o tema “A família: o trabalho e a festa” e destacou que essas três dimensões da vida devem encontrar um equilíbrio harmonioso. “Harmonizar os horários do trabalho e as exigências da família, a profissão e a maternidade, o trabalho e a festa são importantes para construir sociedades com um rosto humano”, disse.

Essa dimensão da festa é favorecida no período das férias, principalmente no domingo, que segundo Bento XVI, “é o dia do homem e dos seus valores: convivência, amizade, solidariedade, cultura, contato com a natureza, jogo e esporte. É o dia da família, em que se há de viver, juntos, o sentido da festa, do encontro, da partilha, também com a participação na Santa Missa”. [Leia o discurso completo]

Entretanto, conciliar a correria do trabalho com o tempo para a família é um desafio para muitos pais, mas não é algo impossível.

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“É preciso usar esse curto período de forma positiva e intensa e buscar fazer atividades que possibilitem dar maior atenção aos filhos”, indica Vivian / Foto: Wesley Almeida – CN

A psicóloga afirma que, mais importante que o tempo dedicado aos filhos, é a qualidade deste momento.

“O pai e a mãe precisam otimizar esse curto período no fim do dia, mesmo que seja com coisas simples, como sair junto com o filho a pé para comprar um picolé. O fato de ir a pé possibilita um tempo maior para o diálogo. É preciso usar esse curto período de forma positiva e intensa e buscar fazer atividades que possibilite dar maior atenção aos filhos. Outro ponto é tentar entender o que o filho gosta ou gostaria de fazer com o pai ou a mãe. E, nesse sentido, é importante saber dele, o que gosta ou não de fazer”.

Bento XVI também deixou sua dica ao ser questionado sobre isso durante o Encontro Mundial das Famílias. Ele falou que é preciso buscar certa criatividade, embora nem sempre seja fácil. “Ao menos, a cada dia levar qualquer elemento de alegria para a família, de atenção, qualquer renúncia à própria vontade para estar junto à família e aceitar e superar as noites, os obstáculos (…) e pensar neste grande bem que é a família”.

Efeito das férias

Fato é que as férias bem vividas refletem no rendimento da criança, adolescente ou jovem no restante do ano escolar. “Durante o período de descanso, tudo o que a criança aprendeu [durante o ano letivo] vai ser processado e captado pela memória. (…) A criança que no período de férias não teve essa pausa para descansar, ficar à toa ou brincar livremente, já chega na escola cansada, e portanto, desinteressada”, conclui a psicóloga.

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