Brasil recorda nesta sexta-feira Dia Nacional da Adoção; veja relatos de famílias que se completaram com a adoção
Julia Beck
Da redação
Em 2011, após inúmeras tentativas de engravidar, a funcionária pública Josianne de Moraes e o especialista em informática, Dimitrius Aureliano, decidiram pela adoção. A história do casal está entre as tantas a ser recordadas em especial nesta sexta-feira, 25, Dia Nacional da Adoção.
“Nossas vidas precisavam ser completas”, conta o casal, que buscava uma menina ainda bebê e tiveram seus planos mudados ao decidirem pela adotação também de um menino. “Decidimos adotar uma menina (bebê) e fomos presenteados por Deus com um casal mais que maravilho. Fomos abençoados duas vezes!”, afirmaram.
Hoje, sete anos após a conclusão do processo, o casal, pais do menino Ícaro, atualmente com oito anos, e Safira, de sete anos, declaram: “Nossas vidas mudaram em 360°, a felicidade é plena. Faltavam estes dois anjos em nossas vidas e com a chegada deles nos sentimos totalmente realizados. É uma experiência inexplicável, faríamos tudo novamente quantas vezes possível!”.
Diferente de Dimitrius e Josianne, os servidores públicos Natália Lellis e Edson Lira, ao optarem, em 2005, pelo processo de adoção, eram uns dos poucos casais na época que manifestaram a preferência por irmãos e crianças um pouco mais velhas. Diante desta decisão, Natália afirma que a conclusão do processo de adoção foi rápido: “O processo foi rápido, ficamos 2 meses habilitados,(…) passamos por todas as etapas, e concluímos em dezembro de 2005. As crianças chegaram em junho de 2006”, conta.
“Foi bem louco porque eu não tinha nunca cuidado de criança e de repente eu estava cuidando de duas crianças, mas foi muito gostoso os primeiros dias de adaptação, tive ajuda da família toda e foi muito bom”, comentou Natália, mãe de Danilo, de 15 anos, e Luíza, de 13 anos. A servidora pública afirma que antes do processo de adoção sua preocupação era consigo, com o marido, e, de repente se viu tendo que se preocupar com duas crianças que dependiam dos pais para tudo.
Leia também
.: A adoção é um ato de doação que vai além do amor
“Eles completaram tudo, eles mudaram tudo e mudaram pra melhor e eu não tenho nem lembrança de como minha vida era antes deles, de repente eu era eles, eu era com eles e parece que a minha vida inteira foi assim, é amor demais!”, revelou Natália.
Processo de adoção
A advogada Andréia Valente, que trabalha efetivamente com processos de adoção há 8 anos, declara que a a maior dificuldade da adoção ainda é o trâmite processual, que começa com o pedido de habilitação para adoção nas Varas da Infância e Juventude. Após a solicitação, é iniciada a espera pela criança e em seguida é aberto o processo judicial com uma guarda provisoria que pode ter a duração de anos. Durante o trâmite, a criança e o autor, ou autores, do processo passam por exames psicológicos e entrevistas com assistentes sociais e psicólogas para, após análise do judiciário, ser destituído o poder familiar para a emissão da sentença de adoção.
Com aproximadamente 20 processos de adoção concluídos ao longo da profissão, Andréia afirma ter notado um aumento no número de casais que a procuram para iniciar o pedido de adoção. “A procura é contínua e cresce a cada ano, mas tenho notado que as pessoas desanimam diante do processo judicial que, dependendo da comarca, a morosidade torna-se muito grande”, ressalta.
Leia também
.: Presidente Michel Temer sanciona com vetos lei que facilita adoção
Segundo a advogada o perfil dos interessados na adoção é de casais impossibilitados de gerar filhos, vindos de tentativas de concepções infrutíferas, geralmente acima dos 40 anos, e, os solteiros, de faixa etária acima dos 35 anos, de todas as classes, e na sua grande maioria já estáveis em sua vida profissional e familiar. Quanto ao perfil das crianças, Andréia declara que na maioria das vezes a preferência é por bebês, meninas e brancas.
O sonho da adoção
Aos casais que cogitam a ideia de aderir ao processo de adoção, Andréia é enfática: “Que tenham a sabedoria para discernir que maternidade e paternidade têm que vir do coração, e que filhos têm defeitos e qualidade, independente de como chegam em nossas vidas”, aconselhou.
Dimitrius e Josiane aconselham os que têm este sonho a concretizá-lo. Para o casal, a adoção não é algo explicável, e sim algo a ser sentido. “É uma eterna felicidade”, afirmam.
“O conselho que eu dou para quem pretende adotar é: vá, adote, conheça as crianças, dê essa oportunidade porque tem muita criança esperando uma família que possa amá-la Tenha certeza que nós, como pais, ganhamos muito mais que eles. É um presente do dia a dia. Tem os desafios, (…) mas é muito amor e preenche tudo”, concluiu Natália.