Local isolado, formado por escravos fujões. Esta, talvez, seja a primeira idéia que vem à mente quando se pensa em quilombo. Mas o que caracterizava o quilombo não era o isolamento e a fuga e sim a resistência e a autonomia. A luta ainda se mantém arraigada na memória de um povo que pretende preservar a historia. No Brasil existem pelo menos 24 comunidades quilombolas espalhadas por vários estados. Na segunda série "Brasil – Identidade Negra", exibida esta semana pelo Canção Nova Notícias, você conhece o dia-a-dia de uma destas comunidades localizada em Ubatuba, litoral norte de São Paulo. A reportagem é de Fernanda Postigo.
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O tempo da escravidão e das grandes embarcações que chegavam até as encostas para desembarcar os escravos ficaram para trás. As marcas que ainda existem, entretanto, refletem a vida de um povo que até hoje luta por seus direitos e segue o exemplo de um negro símbolo de força e resistência dos antigos quilombos: o Zumbi dos Palmares.
Os quilombos não pertencem somente ao passado escravista. Ao contrário, mais de duas mil comunidades quilombolas espalhadas pelo território brasileiro mantêm-se vivas e atuantes. São casas simples construídas pelas mãos dos negros que representam para a comunidade o valor da liberdade.
A comunidade teve inicio em 1858, quando o português José Antunes de Sá comprou as terras que fazem parte da fazenda, atualmente conhecida como Caçandoquinha. Os três filhos de José Antunes também tiveram filhos com as mulheres negras da época.
Embora os negros tivessem sido trazidos a força ao Brasil para trabalhar como escravos, com o passar do tempo muitos de seus hábitos vindos da África foram incorporados a cultura local, como por exemplo, a culinária e o vocabulário, traços vivos até hoje.
Assista à primeira reportagem da série
.: Como os negros chegaram ao Brasil e ajudaram a construir a América
