Em entrevista ao Vatican News, o Cardeal Orani João Tempesta, falou sobre as perseguições contra os cristãos no mundo
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A violência contra os cristãos em diferentes partes do mundo, segundo o cardeal Orani João Tempesta, arcebispo metropolitano do Rio de Janeiro, é motivada, por exemplo, pela intolerância e pela falta de Deus na vida das pessoas.
Para o cardeal, a denúncia desse fenômeno é recorrente também nas manifestações do Papa Francisco, ao chamar constantemente a atenção da comunidade internacional para perseguições aos cristãos, em particular aos católicos, que muitas vezes não são noticiadas pela mídia.
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No final do mês de maio, um tuíte do Pontífice afirmava: “Também hoje há tantos cristãos assassinados e perseguidos por amor a Cristo. Dão a vida no silêncio, porque o seu martírio não faz notícia, mas hoje há mais mártires cristãos do que nos primeiros séculos”.
A Igreja que porta luz para transformar corações
Dom Orani afirma que a reação das comunidades cristãs tem unido ainda mais as diferentes confissões religiosas, pois têm interpretado o fenômeno com misericórdia, e não com vingança:
“Neste momento, em que a Igreja é perseguida e que ela sofre dificuldades é que ela fala da experiência da misericórdia, nunca de vingança, justamente como Jesus, no alto da cruz. É nesses momentos, no meio das trevas, que se faz brilhar a luz de Cristo. E não há um século, na história da Igreja, que não houve perseguição em algum lugar do mundo. E isso faz parte da intolerância, da própria caminhada da Igreja, como também da falta de Deus que também leva as pessoas a terem violência uns contra os outros”, disse.
O cardeal destacou que os cristãos são portadores dessa luz de Cristo pra dizer que é possível uma sociedade diferente: “aqueles que escutam, terão um coração transformado; aqueles que não escutam, pelo menos passou na vida deles essa oportunidade de se viver algo diferente”.
Ele lembrou ainda que, na Assembleia Geral da CNBB deste ano, os bispos analisaram essa transformação vivida pela sociedade, a questão do secularismo, do laicismo, das pessoas contra todas as religiões e, ao mesmo tempo, também do fanatismo religioso e das situações de pobreza e aumento do desemprego.
“É toda uma situação em que parece que se perde o rumo e que parece que se escurece um pouco o horizonte do mundo. Cabe a nós, Igreja, sermos aqueles que levam a luz de Cristo aos irmãos, sermos essa luz no meio do mundo”, enfatizou.