No encontro foi divulgado o material da campanha “Vigília pelos mortos da Aids” que acontecerá em maio
Da redação, com CNBB
O bispo auxiliar de Brasília (DF) e secretário geral da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), Dom Leonardo Ulrich Steiner, recebeu nesta terça-feira, 15, o assessor nacional da Pastoral da Aids, frei Luiz Carlos Lunardi, o diretor do Departamento de Doenças Sexualmente Transmissíveis (DST), Aids e Hepatites Virais do Ministério da Saúde, Fábio Mesquita, e representantes de movimentos ligados à pastoral para tratar das estratégias de enfrentamento da doença no Brasil, com a participação da Igreja. Na ocasião, foi divulgado o material da campanha “Vigília pelos mortos de Aids”.
Além da Pastoral da Aids, a Pastoral da Criança e da Saúde também possuem parceria com o Ministério da Saúde. Na reunião foi apresentado o objetivo de aproximar a CNBB e o Departamento de DST, Aids e Hepatites Virais para que, em conjunto com as Pastorais, seja incentivado o diagnóstico precoce do vírus da Aids (HIV).
A proposta de apoio da CNBB foi bem recebida por Dom Leonardo Steiner. Segundo o bispo, a CNBB sempre está disposta a colaborar com ações a favor da vida. “Essas ações que fazem crescer a vida e a dignidade, a CNBB sempre tem se mostrado pronta para colaborar”, afirmou. Dom Leonardo alertou, ainda, que é preciso tratar a respeito do tema com o episcopado e preparar um material para ser entregue nas paróquias.
De acordo com o assessor nacional da Pastoral da Aids, frei Luiz Carlos Lunardi, o ministério da Saúde trabalha com dados de que, no Brasil, quase 250 mil pessoas têm o HIV e não sabem. “Essas pessoas que possuem o HIV e não sabem são os vetores que estão passando a epidemia para outras pessoas”, afirma. Segundo o frei, essas pessoas só vão saber que possuem o vírus quando surge uma doença, exigindo tratamento mais rigoroso.
O diretor do Departamento de DST, Aids e Hepatites Virais do Ministério da Saúde, Fábio Mesquita, considerou bastante positiva a reunião que pode gerar resultados na conscientização para o diagnóstico precoce da doença.
A Pastoral da Aids atua em 145 dioceses brasileiras e trabalha em ações de prevenção; acompanhamento de direitos e acesso a insumos, medicamentos, consultas e exames; garantia de políticas; e superação do estigma e do preconceito.
Vigília
No terceiro domingo de maio, instituições do mundo inteiro que trabalham com pessoas que sofrem com a Aids realizam ações e celebrações em memória dos que morreram por causa da doença. Em 1983, mães, parentes e amigos de vítimas realizaram a primeira vigília, em Nova Iorque, nos Estados Unidos.
Segundo frei Luiz Carlos Lunardi, a vigília é um momento de sensibilização pelas pessoas que morreram prematuramente. Neste ano, é proposto o tema “É preciso manter o foco”.
Para o frei, é preciso manter na agenda política a questão da aids para que os governos pautem nas suas programações ações de prevenção, acompanhamento e de políticas públicas que beneficiem as pessoas. “Que os programas de governo se comprometam a dar uma resposta a esta epidemia que está cada vez mais avançando em todos os estados do Brasil”, frisou.