Após a decisão do Senado Federal de não prorrogar a CPMF, as discussões sobre os possíveis impactos econômicos, políticos e na sociedade continuam.
A reportagem da TV Canção Nova conversou com alguns especialistas que falaram de possíveis impactos para o país.
Segundo o sociólogo, Brasilmar Ferreira Nunes, "perdeu-se uma oportunidade histórica de, mais uma vez, dar um salto qualitativo no Sistema de Saúde do Brasil, por razões politiqueiras, não são nem políticas".
Já o cientista político, Paulo Krammer, afirma que "do jeito que a coisa estava indo, e antes do governo sofrer esta derrota no Senado, a CPMF era usada para tudo, menos para a saúde, principalmente para programas eleitoreiros e uso da máquina para garantir uma esmagadora vitória do governo na eleição do ano que vem, que é um trampolim para a eleição presidencial".
Nunes explica que "se você partir do pressuposto de que o uso de cheques é uma prerrogativa de uma parcela muito pequena da população brasileira e é justamente essa população que é a mais beneficiada pelo desenvolvimento nacional, ao longo dos tempos, e que era justamente ela que pagava a CPMF, você percebe que era um imposto justo".
Krammer discorda da opinião de Nunes e afirma que "até mesmo quem não tem conta bancária paga CPMF, porque o fabricante do produto, o comerciante que revende o produto, vai incluir o custo da CPMF no preço da mercadoria ou do serviço, e portanto a pessoa pobre também vai pagar, mesmo que não tenha cheque e não tenha conta em um banco".
A cobrança da CPMF termina no próximo dia 31, e o governo já começa a fazer as contas de onde terá que cortar gastos.
Para o cientista político, a derrubada do imposto vai obrigar o governo a realizar uma reforma tributária e gastar menos e melhor o dinheiro que arrecada.
"É importante pensarmos para onde está indo esse dinheiro do superávit do saldo de arrecadação, se é para 'entupir' a administração pública de 'companheiros', está errado", afirmou Krammer.