Vitamina C, frutas e legumes estão entre os itens necessários para o bom funcionamento do sistema imunológico
Thiago Coutinho
Da redação
O bom funcionamento do sistema imunológico é necessário para a proteção do organismo humano. Nesta época de inverno, em especial, com a maior incidência de doenças respiratórias, por exemplo, manter a saúde em dia é uma dica para evitar ou amenizar efeitos de possíveis infecções. Também o cenário atual de pandemia acende o alerta sobre cuidados com a saúde. Mas o que fazer para manter em bom estado esse sistema tão importante para o corpo? A alimentação é um ponto-chave nesse processo.
“O sistema imunológico é o nosso sistema de defesa contra qualquer patógeno externo. Isso pode incluir vírus, como o Coronavírus, por exemplo, bactérias etc. É como se fosse uma guerra, em que os inimigos são os patógenos e os agentes de defesa são, principalmente, os linfócitos B e T”, explica a endocrinologista Livia Lugarinho Corrêa, membro da Sociedade Brasileira de Endocrinologia e Metabologia (SBEM). “Parece um clichê, mas, na verdade, para ele funcionar bem é necessária uma boa alimentação, com a oferta adequada de minerais e vitaminas. Além disso, dormir as horas necessárias, ou seja, ter um bom sono e fazer atividades físicas”, adverte.
“Um prato colorido é a melhor opção”, afirma Breno Sidoti, nutricionista esportivo. “Cores no prato significam mais verduras e legumes ricos em vitaminas, minerais, antioxidantes e fibras que são benéficas para um bom funcionamento do organismo. Uma proteína entre 80g a 100g de um filé de carne, frango ou peixe. Para finalizar, a gordura ‘boa’, presente no azeite extra virgem e completar o prato saudável com todos os nutrientes necessários para a boa manutenção diária da saúde”, acrescenta.
É interessante também que se distancie dos alimentos processados, que pouco ou nenhum benefício trazem à saúde. “A maioria tem ingredientes e aditivos químicos que fazem o papel contrário: trazem mais riscos de doenças, de inflamação das células, obesidade etc. Então, a prioridade são os alimentos naturais, e na rotina deve-se diminuir ao máximo os industrializados”, ressalta Juliana de Paula Santos Querido, especialista em Nutrição Clínica e Nutrição Esportiva.
Uma opção para complementar a alimentação são as vitaminas em cápsulas. Esta suplementação deve ser feita sob orientação médica, para que não haja exageros. “Existem situações em que a suplementação é importante. Sempre com acompanhamento médico, para averiguar a dose adequada e exames para verificar se os níveis foram alcançados com o tratamento”, aconselha Livia.
Mas cuidado: o excesso no uso de vitaminas também pode ser prejudicial. “No caso da Vitamina D, por exemplo quando em excesso, pode-se aumentar os níveis de cálcio, fazer uma hipercalcemia. O excesso da vitamina A pode dar fissura nos lábios, ressecamento de pele e queda de cabelo”, informa a endocrinologista.
Atividades físicas
Mas não é só isso. Praticar atividades físicas também é essencial. “A importância da atividade física regular para a resposta imunológica é primordial. A atividade física vai proporcionar uma resposta mais rápida e eficaz contra qualquer quadro de infecção”, afirma Breno. “O mecanismo da melhora da defesa está associado a um efeito da atividade física regular em promover um aumento dos linfócitos, células denominadas ‘natural killers’. Estas células têm como função destruir células tumorais ou infectadas por vírus”, detalha o especialista.
Outro detalhe importante deve ser ressaltado: as atividades devem ser moderadas. Segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS), 30 minutos diários de exercícios físicos são suficientes para o corpo humano. “A atividade física, desde que feita de forma moderada, fortalece a musculatura e também o sistema imunológico. Além de trazer benefícios contra o estresse. Sabemos que o corpo funciona de uma maneira harmônica. Então, a atividade física é benéfica no controle do peso, na melhora do sistema imunológico e também na diminuição do estresse”, assegura a endocrinologista Livia.
Água é vida
A água é indispensável à vida. O corpo humano, em sua maior parte, é composto por água — 70% dele, mais precisamente. Manter-se hidratado também faz parte da estratégia para se fortalecer o sistema imunológico. “Como a imunidade está relacionada com o equilíbrio geral do organismo, e com os nutrientes e substâncias, a água é considerada essencial para o fortalecimento do sistema imunológico”, pondera a nutricionista Juliana.
Esta ingestão de água, segundo Breno, pode variar de 1,5 a 2 litros diariamente. “A água é essencial para que todas as reações bioquímicas ocorram perfeitamente nas células, em especial quando ficamos doentes”.
Vitamina D
Desde o início da pandemia, com o isolamento social, médicos têm alertado sobre a importância da vitamina D para o organismo. Não que ela seja uma forma de combate ao novo coronavírus. “Não se atribui a Vitamina D como uma forma de tratamento da doença, não é isso”, explica a endocrinologista da SBEM. “O que alguns estudos têm demonstrado é que existe uma indicação de suplementação de tratamento com vitamina D, obviamente com acompanhamento médico, para a população com baixos níveis dessa vitamina. Não adianta repor em pessoas que apresentam níveis normais achando que isso pode proteger contra a doença”, detalha Livia.
O que se tem como comprovado é que a vitamina D auxilia na melhora do sistema imunológico. Daí a sua importância nestes dias pandêmicos. “Nesse tempo de pandemia e isolamento, com a menor exposição solar, é importante uma exposição em janelas, varandas e quintal”, assegura.
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