Exposição excessiva de informações pode abrir caminho para crimes cibernéticos
Reportagem de Aline Imercio
Canção Nova Notícias
Uma pesquisa recente revelou que mais de 70% dos jovens e crianças estão presentes nas redes sociais. O dado acende um alerta sobre a exposição excessiva de informações, que pode abrir caminho para crimes cibernéticos.
A missionária Fernanda Freitas é mãe de Guilherme, Pedro e Isadora. Para evitar o contato precoce dos filhos de 7, 4 e 3 anos com as redes sociais, eles não têm celular. A exceção é o filho mais velho, que utiliza com a supervisão dos pais. “Quando o meu filho mais velho, que tem 7 anos, acessa uma rede social específica, ou é do meu lado, ou é do lado do meu marido, a gente acha importante estar acompanhando e sabendo o que ele está vendo”, disse a missionária.
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Essa relação entre crianças e redes sociais foi avaliada em um recente estudo, encomendado pela empresa Unico e realizado pelo Instituto Locomotiva. A pesquisa mostrou que 75% das crianças e adolescentes do Brasil têm alguma conta nas redes sociais, e que um terço delas tem perfil público. A pesquisa foi feita com mais de dois mil pais de crianças e adolescentes de 0 a 17 anos.
Para a pesquisadora Carolina Tonussi, o resultado apresenta contradições. Uma vez que os pais se preocupam com a segurança dos filhos nas redes sociais, mas também se expõem em seus próprios perfis. “Nove em cada 10 pessoas dizem estar preocupadas com os riscos que eles podem ter no momento digital, mas também nove em cada 10 expõem dados sensíveis nas redes”, disse.
Perigo da exposição de dados pessoais
Exposição que os especialistas dizem ser perigosa. “Dados pessoais e informação é o que abastece o crime cibernético. De maneira que o criminoso não teria nenhuma chance de êxito, se não tivesse tantas informações”, afirmou o especialista em Direito Digital , José Antônio Milagre.
Para os jovens que utilizam redes sociais, a orientação é manter o máximo de privacidade possível. “Para a criança que está acessando a internet numa rede aberta, temos que orientar pais ou profissionais ou pessoas do meio, quais são os itens de segurança? Vamos pegar ali um duplo fator de segurança, onde eu coloco uma senha e ninguém consegue clonar”, concluiu José Ramos, do Comitê Avançado em Segurança da Informação.
“Cuidado com o compartilhamento de dados excessivos e o que vamos compartilhar, saibamos configurar quem são os destinatários, ou seja, quais as pessoas. Quase todas as redes sociais têm essas funções, só que muitas pessoas pouco utilizam, tudo é público e isso amanhã pode ter um preço”, encerrou José Antônio Milagre.