SAÚDE

Especialista explica como idosos podem evitar quedas

Ministério da Saúde aponta que registros de quedas entre idosos aumentou entre 2013 e 2022; este problema já chega a ser considerado a terceira maior causa de mortalidade entre indivíduos com mais de 65 anos

Thiago Coutinho
Da redação

Dados do Ministério da Saúde apontam que o número de idosos que sofrem com as quedas aumentou entre 2013 e 2022 / Foto: Freepik.com

Segundo o Ministério da Saúde, acidentes envolvendo queda de idosos têm aumentado no País: em 2013, foram registrados 4.816 mortes por conta de quedas. Em 2022, foram 9.592 idosos que vieram a óbito. Esta já é considerada a terceira maior causa de mortalidade entre as pessoas com mais de 65 anos.

Essa pesquisa apontou ainda que os motivos para essas quedas são multidimensionais e podem ser causados por reumatismo, artrite, diabetes e até depressão. “Cada paciente deve ser analisado individualmente”, explica Leonardo Kurebayashi, ortopedista e especialista em cirurgia de mãos. Para o médico, é necessário analisar cada caso de maneira separada, pois só assim seu diagnóstico poderá ser mais preciso.

“Caso o indivíduo seja sedentário, apresente alguma comorbidade (por exemplo, doenças na tireoide, doenças inflamatórias intestinais, hipogonadismo), faça uso de medicações específicas como uso crônico de corticosteroides, ou seja, tabagista/etilista, os riscos de osteoporose aumentam consideravelmente. Associado a isso, o risco de fraturas em mecanismos de baixa energia (como queda da própria altura) também aumentam”, detalha.

Nas mulheres, especialmente após a menopausa, os riscos de osteoporose podem aumentar. Nesses casos, de acordo com Kurebayashi, o ideal é trabalhar com a prevenção. Outro fator a se atentar é o espaço de casa, pois eles serão fundamentais para prevenir quedas. “Como, por exemplo, manter iluminação adequada nos quartos e corredores, evitar uso de meias e tapetes, dando prioridade para calçados antiderrapantes, manter fiações protegidas e os móveis organizados para que a pessoa sempre tenha um caminho livre ao caminhar”, adverte.

Atividade física

O envelhecimento natural é responsável pela perda gradual de massa muscular — um processo pelo qual todo ser humano passará. Essa é uma das razões dos constantes tombos e quedas, que poderiam ser evitados com um hábito regular: a prática de atividades físicas.

“A prática de atividade física regular é fundamental para reduzir o risco de quedas, seja por aumento da densidade mineral óssea quanto pelo aumento da massa muscular”, detalha o ortopedista. “Quanto maior a massa muscular do paciente, maior sua capacidade de reação diante de um imprevisto — como tropeçar”, aconselha o ortopedista.

O ideal, segundo Kurebayashi, é que as mulheres intensifiquem a prática de atividades físicas após o período da menopausa e os homens, a partir dos 60 anos.

Avanços médicos

A osteoporose, doença muito comum entre idosos, caracterizada pela perda progressiva de massa óssea, é também uma das grandes responsáveis pelas quedas de indivíduos da terceira idade. A perda de massa óssea nas mulheres começa na menopausa. Nos homens, as fraturas ósseas costumam ocorrer após os 70 anos — mas já há casos registrados a partir dos 50 anos.

“A medicina avançou muito no tratamento da osteoporose”, assegura o ortopedista. “Mas, mais uma vez, é fundamental que o paciente seja avaliado pelo especialista para que o tratamento correto seja introduzido. Não se trata apenas de medicamentos, mas do diagnóstico de outras doenças associadas e mudanças de hábitos e vícios que podem influenciar negativamente na saúde dos ossos”.

Dieta pobre em cálcio, sedentarismo, tabagismo, abuso de álcool e abusivo de remédios à base de corticoides podem ser apontados como fatores de risco para desenvolver a osteoporose.

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