Artigo Empreendedorismo

Especialista explica causas de mortalidade de empresas

Alto índice de mortalidade de empresas causa medo em empreendedores

André Prado*

Várias podem ser as causas do elevado índice de mortalidade das empresas no Brasil. Com uma rápida pesquisa a Internet é possível encontrar os indicadores das taxas de mortalidade das empresas no país, algo preocupante e que faz com que um número considerável de pessoas tenha medo de empreender.

Entre principais causas que levam uma empresa à falência, podem-se destacar a falta de planejamento, imitação de modelos da concorrência, criação de um plano de negócio equivocado, falta de competência dos empresários, ausência de auditorias e acompanhamento, prática do marketing incorreto e ausência do gerenciamento da marca, desequilíbrio financeiro e utilização dos recursos da empresa para pagamento de contas pessoais.

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Detalhamento de causas problemáticas

A falta de planejamento é um dos erros muito cometidos pelos empreendedores, pois a ansiedade ou urgência por necessidade de montar um negócio próprio muitas vezes atropela este importante processo ou torna esta etapa mal elaborada. Gastar pouco tempo com planejamento significa ter um elevado número de problemas após a abertura da empresa.

A imitação dos modelos existentes de correntes é um erro muito comum cometido por empresários, que podem ir desde tentar copiar todos os preços praticados pelos concorrentes até imitar algum modelo de gestão já utilizado. O empreendedor tem de entender que a realidade de cada empresa é como a digital humana, ou seja, não existe nenhuma igual à outra, não cabendo tentar clonar modelos completos de organizações.

A elaboração de um equivocado plano de negócio (Business Plan) infelizmente é outra situação muito comum entre empresários. Muitos copiam planos de negócios disponíveis na rede mundial de computadores e tentam adaptar aos seus negócios. No que se refere ao assunto, é até recomendável ler vários planos de negócios para obter ideias sobre o ramo a empreender, mas tentar adaptar os já existentes a um novo negócio pode levar a criação de uma colcha de retalhos muito distante da realidade prática.

A falta de competência dos empresários é um problema sério, pois muitos acreditam ter plena capacidade de gerenciar um negócio sem ter o mínimo de competência técnica para o bom desempenho de uma boa administração. Sem tais conhecimentos as chances de obtenção de êxito na gestão empresarial tornam-se escassas, motivo pelo qual o empreendedor deve buscar se atualizar para aprender a aprender e se reinventar constantemente para aplicar melhorias contínuas ao seu empreendimento.

A ausência de auditorias e acompanhamento apropriado é uma das falhas muito cometidas no meio empresarial, afinal muitos empresários acreditam ter pleno controle da organização, o que pode ser outro equívoco em diversas situações. Muitas vezes os controles podem ser burlados, motivo pelo qual as auditorias internas ou externas são importantíssimas para identificação de fraudes, acompanhamento e realinhamento da empresa.

A prática incorreta do marketing e ausência do gerenciamento da marca é um fato que ocorre com mais frequência do se imagina nas corporações. Muitos creem saber muito sobre as empresas que gerenciam a ponto de gastar valores consideráveis em divulgações que não trarão retorno. Caso o empreendedor não entenda do assunto, após buscar referências convém contratar uma agência especializada.

O desequilíbrio financeiro é um dos fatores primordiais que conduzem um conjunto significativo de organizações à insolvência. Ter falta de capital de giro, não entender sobre gerenciamento de custos, fluxo de caixa, uso adequado dos recursos, retorno do investimento (payback), entre outros, é uma das principais causas mortis das empresas nacionais.

A utilização de recursos da empresa para pagamento de contas pessoais é outro erro fatal cometido por muitos empreendedores. O empresário deve ter o seu pró-labore mensal definido e gerenciar suas contas pessoais independente do caixa da empresa. Entretanto, muitos gestores não fazem isto por serem descontrolados, prejudicando a organização e sofrendo as consequências na vida pessoal como reflexo após fecharem as portas do estabelecimento.

Desta forma, torna-se essencial para a sobrevivência de uma empresa ao longo do tempo, que: bons planejamentos sejam realizados, não copie modelos existentes da concorrência, elabore um plano de negócio adequado tanto para sua criação como para as futuras expansões, tenha empresários competentes, realize auditorias e acompanhamentos periodicamente, aproprie-se do marketing e gerenciamento da marca de forma coerente, desenvolva um sólido controle das finanças e não misture a movimentação financeira da organização com as despesas pessoais dos gestores.

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*André Prado é Mestre em Educação com Menção em Gestão pela Universidad Politécnica Salesiana Ecuador, pós-graduado em Engenharia da Qualidade e bacharel em Administração de Empresas. Desenvolve atividades na Escola de Engenharia de Lorena da Universidade de São Paulo, Faculdade Canção Nova e Centro Universitário Teresa D’Ávila. Para conhecer mais sobre gestão visite o site: www.andreprado.com.br  

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