Ano atípico

Especialista dá dicas para as férias com crianças na pandemia

Apesar de ser um tempo atípico, neuropsicopedagoga destaca que tanto o ano quanto as férias podem ser um tempo de aprendizado e vivências

Denise Claro
Da redação

Férias são uma oportunidade de lazer, de refrigério e quebra na rotina/ Foto: Esi Grünhagen por Pixabay

Dezembro é mês de férias. E neste ano de pandemia, será vivido por muitas famílias de forma atípica devido ao distanciamento social.

Crianças que estão há nove meses dentro de suas casas, agora viverão da mesma forma um período de férias e, portanto, sem as atividades escolares, as aulas remotas. Como fazer para entreter os pequenos e evitar que fiquem muito tempo presos às telas?

A neuropsicopedagoga e psicóloga Alexandra Rangel ressalta que os pais deverão lançar mão da criatividade, mas que o período é muito importante para a quebra na rotina, tanto para as crianças quanto para os adultos.

“As férias são uma oportunidade de vivenciar momentos de lazer, revigorando as energias para a próxima etapa. Isso faz bem tanto para a parte mental, quanto para a emocional.”

Alexandra afirma que a família tem papel primordial para que as

Alexandra Rangel é neuropsicopedagoga e psicóloga./ Foto: Arquivo Pessoal.

crianças possam desfrutar desse momento de forma prazerosa.

“Proporcionar momentos de integração familiar inserindo a criança em momentos que ela antes não conseguia, por causa dos estudos, pode ser uma forma de viver esse tempo e oferecer experiências novas. Os pais podem construir uma programação junto com as crianças em que envolva culinária, sessão cinema, momento de confecção de brinquedos e jogos.”

Uma das sugestões que a especialista dá é que os pais revivam com seus filhos brincadeiras de sua infância. Atualmente, as crianças estão muito ligadas ao eletrônicos e com isso não têm a oportunidade de fazer experiência de habilidades que antes eram corriqueiras.

Construir jogos como boliche, quebra cabeça, jogo de  argolas, pião, entre outros, além de desenvolver a motricidade e a criatividade, fortalece o sentimento de pertencimento, pois ele é o protagonista dessa criação, explica Alexandra.

“Uma outra dica que gosto de dar seria montar um jogo da memória com as fotos da criança em diferentes fases, podendo incluir o momento da gestação, pessoas importantes em sua vida, propiciando um vínculo maior com os membros da família e fortalecendo esse elo.”

A especialista ressalta que, apesar de ser um tempo atípico, tanto o ano quanto as férias podem ser um tempo de aprendizado e vivências.

“O início letivo de 2021 ainda é incerto se será totalmente presencial ou se continuarão de forma remota ou híbrida, mas com certeza as crianças terão novas experiências para contar, diferente de qualquer uma das férias anteriores, onde não se tinha restrições de contato social. O assunto poderá ser o que criaram com os pais e o quanto puderam ficar juntos, valorizando mais o que construíram em família.”

Brincando com os filhos

Com a pandemia, as famílias passaram a ficar mais tempo juntas. Muitos pais puderam, mesmo que em home office, passar mais tempo com seus filhos, vivenciar etapas que antes não conseguiam por estarem a maior parte do tempo fora de casa.

Ana Luiza Siniegui é missionária e mora em Cachoeira Paulista. Ela afirma que a família tem obedecido às regras de distanciamento social. “Acreditamos que a obediência nessa questão de saúde pode salvar vidas, e é essa a nossa missão como família missionária.”

Os filhos de Ana Luiza: Ana Clara (5) e João Lucas (3) brincando em casa./ Foto: Arquivo Pessoal

Mãe de dois filhos, Ana Luiza conta que o período letivo com as aulas remotas foi desgastante, desafiante, mas muito oportuno, pois pôde estar mais próxima deles e conhecer melhor suas aptidões e limitações. Com Ana Clara e João Lucas, que têm 5 e 3 anos respectivamente, tenta sempre promover momentos lúdicos e em família, que ajudem no desenvolvimento dos filhos.

“Acredito que a linguagem da infância é a brincadeira, seja no quarto, na sala, no quintal ou no jardim, brincar é a linguagem perfeita para a criança. Acredito que onde estiver, seja em isolamento ou ao ar livre, evitando aglomerações, as brincadeiras podem acontecer.”

Na casa de Ana Luiza, brinca-se de esconde-esconde dentro de casa, de imaginar desenhos nas nuvens, e trabalha-se a contação de histórias.

“Criar uma bandinha musical com os utensílios da cozinha como colher de pau e tampa da panela, pular corda, amarelinha no quintal, brincar observando a natureza, as semelhanças e diferenças, caderno de desenho relatando cada dia das férias, massinha caseira, são algumas das atividades que fazemos em casa.

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