A Campanha da Fraternidade 2014 foi a pauta do Grupo de Trabalho de Enfrentamento ao Tráfico Humano em reunião, na capital federal.
Da redação, com CNBB
Em Brasília, o Grupo de Trabalho de Enfrentamento ao Tráfico Humano (GT-ETH) reúne-se, nesta sexta-feira, 8, e amanhã, 9, para avaliar as ações da Campanha da Fraternidade 2014 (CF 2014), que tem como tema “Fraternidade e Tráfico Humano” e lema “É para a liberdade que Cristo nos libertou”. O encontro também terá momentos de formação e comunicados a respeito da repercussão da CF 2014.
Em janeiro, durante balanço sobre os encaminhamentos do Seminário de Multiplicadores, o GT-ETH constatou que grande parte da Igreja e da sociedade foi despertada e sensibilizada com relação ao assunto. Os desafios observados mostram a necessidade da continuidade de reflexão e ações em torno do tema, bem como o fortalecimento do debate nos regionais da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) e a ampliação da discussão em outras instâncias. A reunião do GT-ETH recebe dos multiplicadores a partilha dos compromissos assumidos diante da CF 2014.
Os momentos de exposição e formação contam com explicações sobre “Tráfico de Pessoas e legislação”, com a abordagem por especialistas sobre o andamento no Congresso Nacional de normas a respeito do tema. Também será lembrada a posição da CNBB em relação à Proposta de Emenda Constitucional (PEC) do Trabalho Escravo, promulgada pelo Senado em julho. A Emenda prevê a expropriação de imóveis rurais ou urbanos em que se verifique a prática de trabalho escravo.
Outra questão tratada na reunião do Grupo de Trabalho é o pedido do Conselho Federal de Medicina (CFM) para que a CNBB apoie a entidade na campanha de prevenção ao desaparecimento de crianças. No dia 21 de julho, o membro da Comissão de Ações Sociais do CFM, Ricardo Paiva, apresentou ao bispo auxiliar de Brasília e secretário geral da CNBB, dom Leonardo Steiner, os elementos da iniciativa que propõe divulgar medidas que previnam o desaparecimento de crianças e que orientam as famílias no caso de ocorrência do fato.
Segundo Paiva, o CFM trabalha com a informação de 50 mil crianças desaparecidas a cada ano. Organizações internacionais alertam que a metade delas não é encontrada. Em relação ao tráfico de menores, Ricardo Paiva lembrou os dados da Fundação das Nações Unidas para a Infância (Unicef), que apontam o número de um milhão e duzentas mil crianças traficadas por ano. “Essas crianças são fundamentalmente para o trabalho escravo, sexual e doação de órgãos”, recorda.
Os participantes também debatem a preparação de um seminário sobre tráfico humano para o ano que vem, além de encaminhamentos e proposta de continuidade do trabalho.