Bispos comentam diversidade de conteúdos que serão tratados durante os dias da assembleia em Aparecida
Kelen Galvan
Enviada especial a Aparecida
Na coletiva deste primeiro dia da 52ª Assembleia Geral da CNBB, os bispos divulgaram uma mensagem de esperança aos trabalhadores do Brasil na comemoração do seu dia, nesta quinta-feira, 1º de maio.
Participaram da coletiva, presidida pelo presidente da Comissão Episcopal para a Comunicação, da CNBB, Dom Dimas Lara Barbosa, o arcebispo de Salvador e primaz do Brasil, Dom Murilo Krieger, o arcebispo de Mariana (MG), Dom Geraldo Lyrio Rocha, e o arcebispo de Manaus (AM), Dom Sergio Castriani, presidente da comissão responsável pelo tema central da assembleia.
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No texto, os bispos ressaltam que assegurar um trabalho decente a todos, com condições dignas e justa remuneração é responder a vocação que faz do homem e da mulher colaboradores de Deus na obra da criação.
Os prelados destacam como sinal de esperança a queda do desemprego no país, o aumento dos salários e a ascensão social de milhares, entretanto reconhecem a existência de situações que ferem a dignidade dos trabalhadores.
“O salário mínimo ainda é baixo (…) a disparidade salarial entre os que exercem a mesma função também é uma triste realidade (…) persistem igualmente situações de trabalho precário e de desemprego disfarçado, em que pessoas entram nas estatísticas como ocupadas, quando, na verdade, estão inseridas no mercado informal à procura de novas e melhores ocupações”, enfatizam.
Os bispos concluem a nota chamando a atenção da sociedade brasileira para seu compromisso com os trabalhadores e trabalhadoras, de quem a CNBB se faz solidária, e deixam a todos sua “especial e carinhosa bênção”.
Pauta da assembleia
Na coletiva, Dom Geraldo e Dom Sérgio comentaram sobre o tema central da assembleia que trata sobre a renovação da paróquia e sobre os diversos temas que farão parte das discussões destes dias.
Dom Geraldo explicou que logo neste primeiro dia de trabalhos, os bispos fazem uma análise da conjuntura social e eclesial, para terem uma clareza do momento que se vive na Igreja e na sociedade em geral e, com essa realidade “diante dos olhos e do coração”, poderem “emoldurar” todas as discussões da assembleia.
Entre os assuntos a serem refletidos estão a questão agrária, o protagonismo dos leigos e leigas na vida da Igreja, assuntos ligados à liturgia, a preparação para o 3º sínodo sobre os novos desafios da família para a nova evangelização, que acontecerá em outubro deste ano em Roma.
Outro tema da assembleia será a avaliação das diretrizes da ação evangelizadora da Igreja no Brasil, já em preparação para a eleição da presidência da CNBB, que acontecerá em 2015.
Tema central
Sobre o tema principal do encontro, Dom Geraldo recordou que na assembleia do ano passado foi elaborado um texto de estudo sobre a reforma das paróquias para ser debatido.
Dom Sergio explicou desde a escolha deste tema em 2012, muitas coisas mudaram na Igreja, foi um período muito rico de renovação e mudanças. Com o texto de estudo foi possível desenvolver uma discussão em todos os níveis pastorais, desde pequenas comunidades, conselho de pastoral, institutos de teologia, entre outros, e as contribuições vieram.
“[O texto] foi refletido, aprofundado, e todo esse processo valeu a pena, foi muito fecundo. As contribuições vieram e a comissão está propondo um documento final. É um documento novo”, disse o bispo.
Canonizações
Dom Murilo destacou que as beatificações e canonizações de pessoas ligadas ao Brasil despertou a Igreja para a importância da vida dos santos. “Com a beatificação de Madre Paulina, em 1991, ocorrida em Florianópolis, houve um despertar e uma procura de pessoas que foram referência de santidade, muitos processos foram abertos”, recordou.
O bispo disse que até agora 20 causas estão em andamento, entre beatificações e canonizações. E enfatizou que esse despertar para a importância dos santos, deve-se ao fato da “descoberta de que os santos evangelizam muito, porque são um testemunho vivo do que é um Evangelho”.