Fraternidade e Políticas Públicas, comunicação, família, educação e trânsito foram alguns temas propostos para a Campanha da Fraternidade 2019
Da redação, com CNBB
O primeiro tema discutido pelos bispos durante a reunião do Conselho Episcopal Pastoral (Consep) da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), iniciada nesta terça-feira, 8, foi a escolha do tema da Campanha da Fraternidade 2019. Diretor editorial da Edições CNBB, padre Luís Fernando da Silva, apresentou as propostas de temas recebidas pela Conferência. Tais sugestões, que alcançaram o número de 98 propostas, foram divididas em 11 eixos temáticos, como política, família, saúde, comunicação social, educação, trabalho e ação social transformadora.
As indicações foram solicitadas aos regionais por meio de carta do bispo auxiliar de Brasília (DF) e secretário-geral da CNBB, Dom Leonardo Steiner, em julho. A partir das avaliações da campanha deste ano, nove regionais e 49 dioceses propuseram, respectivamente, 23 e 73 indicações de temas. Ainda foram sugeridos dois temas por órgãos do Governo Federal: a Fundação Jorge Duprat Figueiredo de Segurança e Medicina do Trabalho (Fundacentro), ligada ao Ministério do Trabalho, pediu para que seja abordada a questão dos acidentes de trabalho; já a Polícia Rodoviária Federal, indicou o tema “trânsito”.
Após a apresentação, as sugestões foram debatidas pelos bispos com intervenções dos assessores e representantes de organismos vinculados à CNBB. De quase uma centena de propostas, surgiram sete temáticas para prosseguimento da votação.
O bispo de Barra do Piraí-Volta Redonda (RJ) e presidente da Comissão Episcopal Pastoral para o Ecumenismo e o Diálogo Inter-Religioso, Dom Francisco Biasin, sugeriu o tema “Fraternidade e Políticas Públicas”, acolhendo a indicação do secretário executivo do Centro Nacional de Fé e Política (Cefep), padre José Ernanne Pinheiro, que recordou a ocorrência do Ano do Laicato em 2018 e a participação dos leigos nos processos políticos.
Já o bispo de Ipameri (GO) e presidente da Comissão Episcopal Pastoral para a Ação Social Transformadora, dom Guilherme Antônio Werlang, propôs uma aglutinação dos eixos comunicação, família e educação, com vistas à realidade atual da presença maciça dos brasileiros nas redes sociais e a sua relação com a realidade familiar.
O arcebispo coadjutor de Montes Claros (MG), Dom João Justino de Medeiros Silva, que preside a Comissão Episcopal Pastoral para a Cultura e a Educação, falou da necessidade de agregar ao tema da educação a busca de construir uma sociedade fraterna.
Já o arcebispo de Salvador (BA) e vice-presidente da CNBB, dom Murilo Krieger, destacou que não se recorda de uma campanha que tivesse abordado a questão do trânsito. Ele lembrou que muitas pessoas conhecem casos e vítimas de acidentes de trânsito, ressaltando a pertinência do tema.
Outros elementos foram destacados em relação às temáticas propostas: a relação da política com outros eixos da vida das pessoas, a necessidade de aproximar os cristãos da política, participação social e compromisso com o país.
Também foram propostos aprofundamentos das reflexões da Igreja durante a CF 2019 os temas dos Direitos Humanos e da Comunicação. O bispo auxiliar de São Luís (MA) e presidente da Comissão Episcopal Pastoral para a Ação Missionária e a Cooperação Intereclesial, dom Esmeraldo Barreto de Farias, sugeriu a abordagem do tema ligado aos direitos humanos, lembrando os direitos em risco e negados à população brasileira e justificando a oportunidade de reflexões a partir da Doutrina Social da Igreja.
Padre Geraldo Martins, ao propor o tema da comunicação, recordou que em 2019 completa 30 anos da CF sobre a temática, que é pertinente dentro do contexto de revolução tecnológica, o qual necessita de compreensão.
Os bispos ainda retornarão à reflexão para definição de qual temática será escolhida para a edição da CF de 2019.